Falecimento de Frei Augusto.

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É com muito pesar que dou esta notícia. Embora não sendo amigo íntimo, tive o privilégio de conhecer Frei Augusto. Era um homem muito ponderado nas palavras e foi muito amigo de nossa comunidade.
Gostava da OFS e várias vezes celebrou a Eucaristia para nós, inclusive na barraca da Ordem no "Inverno Quente" (os mais antigos se lembrarão disso).
Merece nosso reconhecimento e nossas orações. Oswaldo.
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FREI AUGUSTO KOENIG, OFM


* 06.09.1941 † 06.07.2010

Dados pessoais e formação

• Nascido aos 06.09.1941 (68 anos), em Fragosos (Campo Alegre – SC);

• 09.05.1953 – Ingresso no Seminário São Luiz de Tolosa, em Rio Negro, seguindo para Agudos, em 1955.

• 19.12.1960 – Admissão ao Noviciado Franciscano, em Rodeio, SC. (49 anos de Vida Franciscana).

• 20.12.1961 – Primeira Profissão dos votos temporários.

• 02.08.1965 – Profissão Solene dos votos perpétuos na Ordem.

• 1962 -1963 – Estudos de Filosofia, em Curitba.

• 1964 – 1968 – Estudos de Teologia, em Petrópolis.

• 21.12.1966 – Ordenação Diaconal..

• 09.07.1967 – Ordenação Presbiteral (43 anos de ministério sacerdotal)

Atividades na Evangelização e Pastoral

• 1968-1982 - Fraternidade Santo Antônio - Blumenau, SC

1968-1973 - Vigário Paroquial

1974-1982 - Guardião e Pároco

1977-1979 - Definidor Provincial

1980-1982 - Definidor Provincial (2° mandato)

• 1983-1991 - Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus - Petrópolis, RJ

1983-1985 - Guardião

1985-1986 - Mestre dos Frades Estudantes:

1986-1988 - Definidor Provincial e guardião

1989-1991 - Guardião.

• 1992-2000 - Fraternidade São Francisco - São Paulo, SP

1992-1994 - guardião e Pároco

1995-2000 - Vigário Provincial e Secretário da Evangelização

17.09.2000 - Definidor Provincial.

• 2001-2002 - Fraternidade N. Sra. do Rosário - Concórdia, SC

2001-maio 2002 - Definidor Provincial, Guardião e Vigário paroquial

• Junho 2002-2003 - Fraternidade São Francisco - São Paulo, SP

20.05.2002 - eleito Ministro Provincial (até setembro de 2003), em substituição a Frei Caetano Ferrari, nomeado bispo.

21.06.2003 - eleito Ministro Provincial para mandato até 2009.

• 2004-2009 - Fraternidade Imaculada Conceição - São Paulo, SP

Nova Sede Provincial - Ministro Provincial.

• 2010 – Fraternidade Bom Jesus dos Perdões – Curitiba, PR 17.12.2009 – Atendente conventual

Na madrugada de hoje (2h40), 6 de julho, faleceu em Curitiba, Frei Augusto Koenig. Internado desde 15 de junho na UTI do Hospital São Vicente, devido a pneumonia nos dois pulmões e suspeita de AVC, Frei Augusto foi aos poucos acometido de falência de outros órgãos, inclusive de paradas cardíacas. O diabetes que o maltratava há anos contribuiu muito no agravamento do seu quadro clínico.

A missa de corpo presente será às 16h00 na capela do Convento São Boaventura, em Rondinha, seguida do sepultamento.

O frade menor

Por mais de 25 anos Frei Augusto se dedicou ao trabalho como membro do Governo Provincial. Foram vários períodos como Definidor, depois foi Vigário Provincial, e, por fim, Ministro Provincial. Sua paixão, porém, sempre foi o campo da evangelização. O atual Plano de Evangelização, nas suas origens, tem, em grande parte, a mão de Frei Augusto. Em entrevista ao site Franciscanos (clique aqui para ler), durante o Capítulo Provincial 2009, falando de seu governo, assim se expressou: “Entre as contribuições, talvez não dê para dizer qual é a maior, porque a somatória dos serviços é que forma realmente o direcionamento para com as fraternidades, mas, se podemos citar algum, seria o Plano de Evangelização, que é um trabalho que vem ajudando a Província em seus departamentos, em suas oportunidades efetivas de um projeto. Este plano é sempre atualizado em cada capítulo.”

Quanto ao seu jeito de ser, Frei Augusto se define como introspectivo.

1) “Aprecio os momentos a sós, em ambientes de belas paisagens, ou com pouca companhia. Gosto de pensar à noite, sob o luar e as estrelas. Gosto da natureza toda, dos animais e dos pássaros. Por isso, mesmo minhas leituras preferidas vão por estes campos”.

Um dos hobbies de Frei Augusto era justamente escrever poemas. Abaixo transcrevemos um deles.

2) “No trato com as pessoas, procuro ser atencioso, mesmo quando difícil. Evito levantar a voz. Prefiro calar a responder. Remôo ofensas por dentro. Tenho mais facilidade no trato com jovens, adultos e idosos. Julgo ser uma pessoa afetiva, sensível e fiel às amizades”.

Quanto ao modo de trabalhar, ele mesmo afirma: “Gosto de preparar bem as coisas que tenho a fazer. A autoconfiança, no entanto, me inspira a deixar as coisas meio para a última hora, e parece que “sempre” dá certo. Isso causa aborrecimento às outras pessoas. Na organização preocupo-me com as grandes linhas, com os pontos-chaves, com os objetivos a alcançar. E nem sempre com certos detalhes... Gosto de trabalhar em equipe. Acho horroroso e enervante uma reunião onde todo mundo fala ao mesmo tempo, e não se chega a conclusões.

Eucaristia

Na casa do Pai Eterno
Luzeiro não havia,
Ele próprio era a luz.
Nela morava o Filho amado,
Junto dele coexistia,
Que na plenitude dos tempos,
Foi chamado Jesus;
Desse amor tão intenso
O Espírito Santo procedia.
Deus Trindade é feliz.
Todo a si mesmo se basta,
Dividir o amor Ele quis
Criou anjos e homens
Mulheres e crianças
Uma história nefasta.
Salvar se tornara preciso,
Profetas, santos, doutores,
Todos passaram pelo crivo
Da morte, sofrendo horrores.
O pecado não podia fenecer
O plano de Deus infinito,
Mandou seu Filho nascer
De Mulher, conforme o Escrito.
“Respeitarão este meu Filho,”
Que curava abençoava e perdoava.
O Reino pregou, foi visto com brilho,
Rejeitado, na Cruz encerrava.
Mas o amor tem muitas saídas.
Ficar entre humanos ele queria,
Ciente que tinham sempre fome,
Fez-se alimento escondido: Eucaristia.

Frei Augusto - Nov/08

O simples Jesus de Nazaré, inserido na humanidade

Esta narrativa, envolvendo a questão da identidade de Jesus e a profissão de fé de Pedro, está associada à narrativa seguinte do primeiro anúncio da morte e ressurreição, conforme o querigma paulino.

Nos Evangelhos de Marcos e Lucas, a resposta de Pedro à pergunta de Jesus sobre sua identidade é breve: "Tu és o Cristo (messias)", e merece a repreensão de Jesus. Pedro e os demais discípulos acreditavam que Jesus seria o messias político esperado, que daria ao povo judeu a glória, como um novo Davi. Jesus rejeitava esta compreensão e procurava demovê-la da mente dos discípulos.

Mateus dá um novo sentido à resposta de Pedro. Acrescenta o título de "o Filho do Deus vivo". A expectativa messiânica gloriosa fica assim transferida da terra para o céu.

Sob esta nova perspectiva, que dá uma resposta à comunidade de Mateus, oriunda do Judaísmo, segue-se, agora, a fala de Jesus confirmando a profissão de seu messianismo celeste, ao declarar a fala de Pedro como revelação divina.

Com a visão teológica de Mateus ficam estabelecidas duas identidades para Jesus: uma é "o Filho do homem", o simples Jesus de Nazaré, inserido na humanidade, na sua humildade, porém dignificando-a e divinizando-a; a outra é o Cristo (cristo em grego, messias em hebraico), que é o Jesus ressuscitado, manifestado em poder e glória nos céus.

A exaltação da pessoa de Pedro sugere uma inserção redacional eclesiológica para confirmar a sua supremacia à frente da nova Igreja nascente.

Nos Atos dos Apóstolos (primeira leitura) evidencia-se o destaque que é dado a Pedro, dentre os discípulos que conviveram com Jesus.

Paulo, com seu trabalho missionário, registrado em suas cartas (segunda leitura) e em Atos, conquistou também um lugar de preeminência na Igreja, ao lado de Pedro.

Prof. Diácono Miguel A. Teodoro

As exigências para seguir a Jesus

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A liturgia de hoje forma unidade com a de domingo passado. Lá, Jesus anunciou de que modo ele seria o messias, o "líder"; e
convocou a todos para assumirem sua cruz no dia-a-dia.

Hoje, vemos Jesus dirigir seus passos na direção de Jerusalém, pois "completaram-se os dias para ser arrebatado" (Lc 9,51) (evangelho). Esta linguagem um tanto estranha deve-se ao fato de Lc apresentar Jesus como o antítipo de Elias (cf. 10° dom.). Jesus é em plenitude o que Elias é em esboço.

Elias foi arrebatado (2Rs 2), Jesus o será também (fim do ev. de Lc e começo de At). Antes de ser arrebatado, Elias chamou seu discípulo e sucessor, Eliseu, com firme exigência: só lhe permitiu despedir-se de seus parentes (1Rs 19, 1ª leitura de hoje).

Jesus chama também discípulos, e sua exigência supera a de Elias: nem permite enterrar o pai ("pia obra" de grande valor no judaísmo; cf. Tb), nem mesmo despedir-se dos parentes vivos (Lc 9,57-62). Com uma alusão a Eliseu, que transformou em sacrifício as doze juntas de bois com que estava lavrando, Jesus responde: "Quem põe a mão no arado, não deve olhar para trás!"; senão, o sulco sai torto). Observemos que, em uma coisa, Jesus não deseja superar Elias: na violência. Enquanto este mandou cair fogo do céu sobre os sacerdotes de Baal (2Rs 1,10), Jesus exige de Tiago e João, os "filhos do trovão", paciência para com os samaritanos, que não os querem receber, porque estão indo a Jerusalém, centro do judaísmo, que desprezava aos samaritanos.

Já nos próximos capítulos, Lc sugerirá várias vezes que os samaritanos não são tão ruins assim (cf. 10,29-36) e em At consagrará um capítulo inteiro ao sucesso da Igreja na Samaria (At 8).

O seguimento de Jesus exige abandono radical. Será que isso também vale "para todos", como a palavra de assumir a cruz no dia-a-dia (dom. pass.)? A impressão é de que Lc faz uma distinção entre o apóstolo, encarregado de continuar a obra de Jesus (como Eliseu devia continuar a de Elias), e a multidão de pessoas piedosas, que, cada qual de sua maneira, devem renunciar a si mesmas para assumir a cruz de cada dia (9,24). Talvez queira sugerir que ninguém se coloca a si mesmo como candidato para o apostolado, embora sempre deva estar vivendo uma vida de renúncia; mas quando Deus chama para o apostolado no sentido estrito, é preciso abandonar tudo.

Abandonar tudo é a verdadeira liberdade do cristão, para a qual Cristo nos chamou (Gl 5,1, 2ª leitura). Paulo aborda esse tema no contexto da discussão com aqueles que querem impor a Lei de Moisés aos cristãos da Galácia, não oriundos do judaísmo.
Paulo considera que a Lei foi abolida por Cristo, já que em nome da Lei Cristo foi condenado, mas Deus o ressuscitou, superando a lei que o levou à morte. O cristão está livre da lei judaica e de tudo quanto aprisiona o ser humano. A lei judaica era uma estrutura de comportamento, que impunha certas exigências e reprimia, às vezes, as prioridades verdadeiras, pelas quais Cristo doou sua vida: a misericórdia, a verdadeira justiça.

Assim, todos nós estamos, em parte, presos em estruturas mentais ligadas a estruturas socioeconômicas que impedem o atendimento das verdadeiras prioridades evangélicas. Precisamos de liberdade face a tudo isso. E isso exige renúncia às vezes tão radical quanto aquela que Jesus exigiu dos candidatos-apóstolos.

Não é mais fácil dessolidarizar-se de um cômodo sistema social do que sair de sua família sem despedir-se. A liberdade é um dom, mas também uma exigência, e muitos preferem não ser livres, tanto nas suas relações pessoais quanto nas socioeconômicas (preferem estar amarrados com uma "corrente de ouro").

Porém, só na liberdade podemos viver conforme o Espírito, pois o Espírito de Deus nos arrebata, impele-nos para onde não pensávamos ir e para onde o mundo não quer que vamos. Devemos crucificar o que o mundo deseja de nós, para que não lhe pertençamos. Só livres de tudo poderemos ser outros Cristos. Quem entende isso, meditará com prazer o salmo responsorial: "Deus, tu és minha herança e minha parte da taça!" (Sl 16[ 15],5).

Do livro "Liturgia Dominical", de Johan Konings, SJ, Editora Vozes
(fonte: www.franciscanos.org.br)

"E vós, quem dizeis que Eu sou?!"

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A liturgia deste domingo coloca no centro da nossa reflexão a figura de Jesus: quem é Ele e qual o impacto que a sua proposta de vida tem em nós?

A Palavra de Deus que nos é proposta impele-nos a descobrir em Jesus o “messias” de Deus, que realiza a libertação dos homens através do amor e do dom da vida; e convida cada “cristão” à identificação com Cristo – isto é, a “tomar a cruz”, a fazer da própria vida um dom generoso aos outros.

O Evangelho confronta-nos com a pergunta de Jesus: “e vós, quem dizeis que Eu sou?” Paralelamente, apresenta o caminho messiânico de Jesus, não como um caminho de glória e de triunfos humanos, mas como um caminho de amor e de cruz. “Conhecer Jesus” é aderir a Ele e segui-l’O nesse caminho de entrega, de doação, de amor total.

A primeira leitura apresenta-nos um misterioso profeta “trespassado”, cuja entrega trouxe conversão e purificação para os seus concidadãos. Revela, pois, que o caminho da entrega não é um caminho de fracasso, mas um caminho que gera vida nova para nós e para os outros. João, o autor do Quarto Evangelho, identificará essa misteriosa figura profética com o próprio Cristo.

A segunda leitura reforça a mensagem geral da liturgia deste domingo, insistindo que o cristão deve “revestir-se” de Jesus, renunciar ao egoísmo e ao orgulho e percorrer o caminho do amor e do dom da vida. Esse caminho faz dos crentes uma única família de irmãos, iguais em dignidade e herdeiros da vida em plenitude.

P. Joaquim Garrido, P. Manuel Barbosa, P. José Ornelas Carvalho
Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos)
fonte: www.ecclesia.pt

Dias 12 e 13 de junho muito especiais.

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MISSA DOS ENAMORADOS
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Neste dia 12 de junho, a celebração não poderia se mais adequada: às 19h00 vamos ter a "Missa dos Enamorados".
Por que "enamorados"? Frei André Becker, reitor do Santuário responde:
  - "O NAMORO é um período na vida dos casais. ENAMORAR-SE, no entanto, é uma ação cotidiana. Todos os dias podemos estar ENAMORADOS do mesmo homem ou da mesma mulher.
É apaixonar-se todos os dias pela mesma pessoa.
Isso merece ser celebrado.
Não só de maneira material, mas no nível de uma espiritualidade profunda, agradecendo a Deus pela pessoa que ele colocou na sua vida.
Portanto, a "Missa dos Enamorados" é para pessoas apaixonadas, de todas as idades, que se encontram nesse estado de um amor vivo e ativo.
Vale também para os que se "ENAMORAM" de um ideal, de uma forma de vida, de um projeto, de uma ação social ou familiar, por exemplo."

Na Quermesse, uma grande atração: a dulpa sertaneja de S. Paulo, Cézar e Cristiano, que já vem fazendo sucesso na mídia e lançando seus CDs. Além deles, outros cantores abrilhantaram essa noite muito especial.

DIA 13 DE JUNHO - FESTA DE SANTO ANTONIO
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No dia 13, já a partir das 7h00 teremos Missas e Bençãos.
Às 18h00 a procissão solene e às 19h00, a Missa Campal, em frente ao Santuário.
Espera-se um público fiel de 3000 a 4000 pessoas ao longo do dia.
À noite, na Quermesse, shows de Patrícia Alves, Jonathan Prado e outros convidados.

"Santo Antonio rogai por nós, intercedei a Deus por nós"!

TREZENA COMEÇA COM MUITA DEVOÇÃO E SHOWS SENSACIONAIS!

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A Trezena de Santo Antonio do Valongo começou para valer neste dia 01 de junho.
Muitas comunidades da Diocese animarão a parte litúrgica.
Já na Quermesse, todas as noites, shows a partir de 21h00.
Brincadeiras, lanchonete com doces, salgados, sanduíches e o restaurante, cujo carro-chefe é o famoso Caldo Verde, vendido numa grande e borbulhante cumbuca de barro.
Além disso, temos várias marcas de cervejas e refrigerantes.
Detalhe importante: a QUERMESSE é realizada em ambiente coberto e o clima é sempre familiar, com muita alegria e segurança.
Vai até o dia 13 de junho, FESTA DE SANTO ANTONIO.
Para saber a programação completa, leia abaixo.
===== TREZENA E QUERMESSE DO VALONGO =====



VAI COMEÇAR A TREZENA DE STO. ANTONIO

A partir do próximo Domingo (30/05) já estamos nos preparando para a Trezena de Santo Antonio/2010. A quermesse já estará funcionando com todas aquelas coisas gostosas a que já estamos acostumados e com um precinho bem acessível.

Na segunda feira (31/05) teremos a tradicional "COROAÇÃO DE NOSSA SENHORA".

A partir de 01/06 começara a Trezena. Muita devoção, muita oração e muita alegria com os shows musicais, TODOS OS DIAS, até dia 13 de junho, quando celebraremos o padroeiro.

Contamos com a presença de todos a nossa Trezena e à nossa QUERMESSE FAMÍLIA DO VALONGO.

Abaixo os shows da Quermesse
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30/05 Dom - DANÇA CIGANA MODERNA COM GRUPO NOMADES
                      BANDA ARQUIVO NACIONAL – POP ROCK ANOS 80 E 90

31/05 Seg - DANIEL PRATES MPB – POP INTERNACIONAIS -

01 Ter - KADÚ ROCHA – SERTANEJO

02 Qua - NORBERTO SOL ART - MPB

03 Qui - CANTOR MIRIM JONATAN PRADO
              DIEGO MUTH SOLO ROCK POP ROCK; MPB

04 Sex - CAUBY E ÂNGELA MARIA(*)CANTAM O AMOR (*) covers
               DANIEL PRATES MUSICAL SHOW MPB – POP INTERNACIONAIS -

05 Sáb - GRUPO "2 + 1"
               RANCHO FOLCLÓRICO TÍPICO MADEIRENSE (MORRO S. BENTO)

06 Dom - ADRIANO NEVES - LANÇAMENTO DVD POP SERTANEJO

07 Seg - DANIEL PRATES

08 Ter - DIOGO SANTOS MPB

09 Qua - JONATAN PRADO

10 Qui - MÁRIO TIROLLI - MPB e POP

11 Sex - BANDA MACADO PREGO

12 Sáb - CESAR E CRISTIANO – SERTANEJO UNIVERSITÁRIO

13 Dom - PATRYCIA ALVES E BANDA

MÃES DE CORAÇÃO FRANCISCANO


Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM

1. Uma das pessoas mais importantes de nossa vida e do mundo é, sem dúvida, a figura da mãe. O tema é vasto e polêmico e pode ser visto de diferentes maneiras. Não podemos fazer coro com a sociedade de consumo que, de modo particular no mês de maio, faz das mães objeto de consumo. As lojas mais simples e aquelas de grife esperam sempre um faturamento excepcional por ocasião da festa das mães. Querem aumentar suas vendas de não sei quantos por cento... com relação ao ano passado....Por isso, nesse tempo cortejam a mãe...simplesmente por interesse...

2. Ser mãe não é uma fatalidade, mas uma vocação. Não basta apenas gerar o corpo da criança. A mãe ( e também o pai) estarão ao lado dos filhos até que esses possam ser pessoas de pé e mesmo depois. A mãe dá suas proteínas e sais minerais, coloca a criança no mundo e, de perto e de longe, acompanha seus passos e descompassos. Deus sabe como é difícil hoje colocar um filho no mundo e sobretudo educá-lo conforme as coisas do bom senso e do Evangelho, da sabedoria e do Coração de Deus.

3. Há essas preocupações dos primeiros tempos. Há a inexperiência do primeiro filho. Há o cansaço devido ao trabalho fora de casa. Há um marido que pode se fazer presente na vida do lar ou então se omitir completamente. Insistimos: ser mãe não é fatalidade. É uma decisão. A criança só pode chegar ao mundo quando puder se acolhida numa casa, num lar onde pai e mãe se estimam e estão ali para acolher o mistério da pessoa de cada filhos.

4. Numa dessas instituições de amparo à maternidade encontramos muitas vezes meninas de 12 ou 13 anos que já são mães e ali são acompanhadas por pessoas de boa vontade ou profissionais da medicina. Não é normal que uma criança venha ao mundo em tais condições. Não podemos aceitar que os meios de comunicação social aceitem o fenômeno do mãesolteirismo com tanta facilidade.

5. A mãe percorre um longo caminho através da vida. Antes de tudo ela é esposa. Encontrou um homem com o qual decidiu fazer história. Ele é seu esposo, seu marido, seu companheiro. Um casal verdadeiramente conjugal é a melhor garantia do sucesso do acompanhamento e da educação do filho. O filho não pode ser uma fuga da vida conjugal da mulher....

6. Aparecem, no começo, os sinais da gravidez, os meses todos, os primeiros anos, a escola, a catequese, as companhias, o despertar da adolescência, a catequese, a primeira comunhão, os estudos superiores, as saídas à noite, o tempo de namoro, o casamento bem ou mal sucedido, os netos.... A mulher nunca acaba de ser mãe...E quando está para morrer, bem idosa, ainda tem uma séria preocupação. Seus dois filhos não se falam... Como poderá ela morrer em paz quando seus filhos, esses dois que saíram de seu ventre, não se falam, não se estimam?

7. Penso naquela senhora que é chamada a reconhecer o corpo do filho no IML. Ela chega com seu chinelo de dedo e procura entre os corpos o corpo de seu filho, que, segundo lhe informaram, estava numa das dependências do dito instituto. “Meu marido morreu e eu tive que criar esse menino e duas garotas... Sebastião estava sumido há algum tempo...mais de dois anos. Estava nas drogas. Deve ter roubado e matado. O menino que saiu de meu ventre que eu tanto amo e que, certamente, matou... Esse corpo é de meu filho Sebastião, corpo tão parecido com o corpo de meu marido e com essa cicatriz perto dos olhos devido a um arranhão numa cerca de arame farpado.. Podem enterrar... eu não tenho condições de providenciar para meu filho nem mesmo um caixão...”

8. Precisamos sempre de novo insistir no tema das mães cristãs. O mundo vive um momento de transformação e, no seio da família, ainda é possível transmitir os elementos necessários para que as crianças aceitem a fé cristã em suas vidas. No meio de tanta perplexidade será importante que as crianças tenham um ponto de referência cristã na figura de suas mães. A mãe será, antes de tudo, uma discípula de Jesus e não apenas alguém que tem sentimentos religiosos mais ou menos vagos. Insistimos: que a mãe seja discípula de Jesus. Ela poderá e deverá se revestir das cores e dos traços do Evangelho: despojamento, serviço, disponibilidade, humildade, simplicidade, espírito de perdão e misericórdia. A mãe cristã respeita a liberdade dos filhos, se faz discretamente presente em sua história e em sua vida, tem a habilidade de mostrar aos filhos, sobretudo pelo seu testemunho, que Cristo é o sentido de sua vida e pode ter também deles, desses que são seus filhos.

9. Neste contexto poderíamos falar também traços franciscanos no perfil de uma mulher mãe:

• Num mundo de individualismo e de salve-se-quem-puder uma mãe franciscana despertará o interesse pelos outros, como Francisco tinha pelas coisas, pelas pessoas, pela obra de Deus. Fará de sua casa um laboratório de prestação de serviços e de mútua solidariedade.

• Num mundo de indiferentismo a mãe franciscana saberá dizer que os irmãos, as pessoas se amem precisamente com um amor de mãe como Francisco queria que os frades se amassem.

• Franciscanamente a mãe transmite carinho pela Eucaristia e fé nos sacerdotes, como era o estilo de Francisco. Ela leva os filhos ao templo, aponta para a lamparina vermelha e pede que os filhos aprendam aquela belíssima oração: “Nós vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus....”.

• A mãe franciscana ensina aos filhos o cuidado pelos mais abandonados, assim como Francisco cuidou dos leprosos. Muitas vezes ele os leva até certos lugares onde possam ser consolo dos que sofrem e voz dos sem voz.

• Uma mãe franciscana, neste tempo de desrespeito pela natureza, pelo criado, pelas matas e pela água cria em casa um senso aguçado de atenção pela conservação e preservação da natureza.

• Num mundo de consumo, numa sociedade que transforma as pessoas em objeto de consumo, a mãe franciscana vive a simplicidade, a partilha, o despojamento, a parcimônia...Os filhos não serão melhores porque fizeram viagens a Disney World. Não dá mais para ver essas mães que fazem de seus filhos escravos da aparência e gente sem personalidade.

• A mães da terra trazem em seu semblante traços da mãe de Jesus, de Maria de Nazaré.

(fonte: http://www.franciscanos.org.br/)

"Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei" - 5º Dom. Páscoa/2010

Um caminho simples

«Que vos ameis uns aos outros assim como Eu vos amei.»

Digo sempre que o amor começa em casa. Primeiro está a família, depois a cidade. É fácil fingir amar as pessoas que estão longe; mas é muito menos fácil amar aqueles que vivem connosco ou que estão muito perto de nós. Desconfio dos grandes projectos impessoais, porque o importante são as pessoas. Para se amar alguém, é preciso estar perto dessa pessoa. Toda a gente precisa de amor. Todos nós precisamos de saber que temos importância para os outros e que temos um valor inestimável aos olhos de Deus.

Cristo disse: «Que vos ameis uns aos outros assim como Eu vos amei». E disse também: «Aquilo que fizerdes ao mais pequeno dos Meus irmãos, a Mim o fazeis» (Mt 25, 40). É a Ele que amamos em cada pobre, e todos os seres humanos são pobres de alguma coisa. Disse Ele: «Tive fome e destes-Me de comer, estava nu e vestistes-Me» (Mt 25, 35). Recordo sempre às minhas irmãs e aos nossos irmãos que o nosso dia consiste em passar vinte e quatro horas com Jesus.

Bem-aventurada Madre Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade

O Bom Pastor (4º Dom.Páscoa/2010)

Na primeira e na segunda parte da alegoria do Bom Pastor (cf. 4º dom. pascal A e B), aprendemos que o Bom Pastor "dá vida em abundância" (10,10) e, soberanamente, dá "sua vida" pelas ovelhas (Jo 10,11-18).

Já sabemos que se trata da vida divina. Hoje aparece o mistério de onde provém este dom: a união de Cristo com o Pai. Somos conduzidos à fonte da água da vida (cf. Ap 7,17), Deus mesmo (Jo 10,27-30).

Na atual composição do 4º evangelho, este trecho é separado dos anteriores por um novo cenário, a festa da Dedicação do Templo (Jo 10,22; a parte anterior situava-se na seqüência da festa dos Tabernáculos, iniciada em Jo 7). Este novo cenário indica um crescendo na impaciência dos judeus com relação ao messianismo de Jesus: "Se tu és o Cristo, dize-nos abertamente” (10,24).

Esta provocação suscita uma afirmação mais clara da unidade de Jesus e o Pai, a ponto de provocar uma acusação da blasfêmia e uma tentativa de apedrejamento (10,31). Contudo, o ser Messias de Jesus consiste, exatamente, em conduzir-nos à contemplação do Pai dele (14,9).

Ele nos dá uma vida que ninguém nos pode tirar, porque ele é um com o Pai. Se o seguirmos, estaremos na mão de Deus. Se nos solidarizarmos com ele - e esta é a "lição" de hoje - alcançaremos a fonte donde ele tira sua força, sua inabalável vida divina.

Somos convidados, hoje, a seguir o Cordeiro aonde ele for, solidários com ele na morte e na vida: então participaremos da vida da qual ele mesmo vive, a vida de Deus.

Devemos deixar-nos guiar por um Pastor que dá sua vida por nós, pois esta vida não é sua, mas a de Deus. Ora, em que consiste esta "condução"? "Quem quiser ser meu discípulo, assuma sua cruz e siga-me ... Quem perder sua vida, há de realizá-la ... Onde eu estiver, ali estará também meu servo ... " (10 12,23ss; Mc 8,34ss). Palavras paradoxais, que significam: a fonte da vida e da força de Jesus é o Deus-amor, o Deus da doação da vida.

Quem está bem instalado na sua igrejinha não gosta de ouvir tal mensagem. Esquiva-se, chamando-a de romantismo. Ou, se a gente insiste, diz que é desordem e subversão ... Assim aconteceu com Paulo e Barnabé, quando foram pregar para os judeus de Antioquia da Pisídia (na Turquia). O resultado foi muito bom para os pagãos, pois rejeitados pelos judeus, Paulo e Barnabé se dirigiram a eles (1ª leitura).

Não falta atualidade a esta história. No momento em que a Igreja latino-americana toma consciência da inviabilidade de uma cristandade cúmplice de injustiça institucionalizada, os senhores dessa cristandade rejeitam e até matam agentes de pastoral, padres, bispos ... mas o povo, que era considerado incapaz de um cristianismo "decente", recebe com ânimo o convite de se constituir em comunidade de Cristo.

Do livro "Liturgia Dominical", de Johan Konings, SJ, Editora Vozes
(http://www.franciscanos.org.br/)

Tu me amas? - 3º Dom. Páscoa/2010

Somos conscientes de que a palavra de Deus anima os seguidores de Jesus, dá-nos coragem para enfrentar os obstáculos e nos convida a acolher o Cristo que se oferece em comunhão.

Na eucaristia deste Domingo, devemos responder à pergunta de Jesus: Vocês me amam? Reunidos em torno do Cordeiro imolado que ressuscitou, apresentamos nossa gratidão, pois ele nos alimenta com a palavra e com pão.

Com a presença do Ressuscitado, os discípulos retornam para a Galileia.

Existem opiniões de que este capítulo 21 do Evangelho de João seja um acréscimo tardio ao original. Contudo, não há pleno consenso sobre a questão. O capítulo daria continuidade ao Evangelho, agora com os discípulos retomando sua vida e sua missão, representada pela pescaria, na Galileia, com a presença do Ressuscitado.

O retorno dos discípulos para a Galileia, após a ressurreição de Jesus, é testemunhado pelos Evangelhos de Marcos, Mateus e João. Apenas Lucas é que, tanto no fim de seu Evangelho (Lc 24,49) como em Atos dos Apóstolos (At 1,3-4), menciona a permanência dos discípulos em Jerusalém.

Com isto Lucas, com a perspectiva paulina, pretende apresentar o movimento de Jesus como uma continuidade do Judaísmo, com o deslocamento de Jerusalém para Roma.

Esta narrativa de João aponta para algumas orientações das comunidades que começam a se estruturar em Igrejas. A presença do Ressuscitado fortalece a missão, tendo como fundamentos o serviço e a partilha eucarística (pão e peixe servidos pelo Ressuscitado).

Fica também confirmada a primazia de Pedro, que é incumbido de pastorear as ovelhas de Jesus, bem como o testemunho de sua fé (primeira leitura) até o martírio.

Prof. Diácono Miguel A. Teodoro
http://www.teologiafeevida.com.br/

Páscoa: nova criação - 2º Domingo Páscoa/2010

O segundo domingo pascal, domingo das "vestes brancas", acentua a nova existência do cristão regenerado pelo batismo (ou pela renovação do compromisso batismal).

Na 1ª leitura, início de uma série de leituras de At, esta novidade se manifesta na atuação da primeira comunidade cristã, suscitando admiração por causa de sua união e dos sinais que a acompanham. O novo povo de Deus cresce ligeiro. Com razão, o salmo responsorial comenta: a pedra rejeitada tornou-se pedra angular.

A 2ª leitura é a visão inicial do Apocalipse. No "primeiro dia da semana", dia da ressurreição e da assembléia cristã, ele vê o Cristo glorioso, o "primeiro e o último" (1,17), o "vivo que foi morto" (1,18) e que "tem as chaves da morte", ou seja, tem a morte em seu poder (1,8). É a aparição do Cristo como Senhor do Universo. Os tempos são nele resumidos e recapitulados. No fim do livro, ele se manifestará como o renovador do Universo.

A novidade da situação pascal aparece também no legado que o Ressuscitado deixa para sua Igreja: a paz, como dom e como missão.

A paz é dom escatológico por excelência, a renovação da harmonia com Deus, o perdão (evangelho). Esta nova realidade vem no Espírito, o Espírito do batismo, o Espírito de Cristo. Não é fruto do mero esforço nosso. É um dom dado a todos os verdadeiros fiéis, os que se confiam a Cristo e em Cristo se tornam homens novos; os que não são determinados por critérios biológicos e sociológicos, mas "nasceram de Deus" (Jo 1,12-13).

De modo especial, a liturgia de hoje se dirige aos recém-nascidos filhos de Deus (canto da entrada, oração do dia).

A esta novidade podemos dedicar uma consideração comunitária e histórica, como é sugerido especialmente pelas duas primeiras leituras. A comunidade cristã aparece, no mundo, como um mundo novo, escatológico (cf. os sinais).

As pessoas aderem a ela para "serem salvas" (na hora do Juízo). No Ap, Cristo aparece como o Senhor da História, o "Filho do Homem" daniélico (1,12).

Este Senhor da História foi morto. Sua morte aconteceu por causa de sua total solidariedade com a história humana, na qual ele se integrou, numa práxis autêntica, conscientizadora e libertadora, procurando restituir ao homem seu Deus, e a Deus, sua Lei e seu povo. Sua prática em prol da vida o levou ao testemunho radical da morte (cf. Ap 1,4: a Testemunha Fiel).

Ora, se este Senhor, que por nós e conosco enfrentou a rejeição e finalmente a morte, agora vive, então, a História, que ele assumiu, vive com ele. No Cristo pascal revive a História humana para uma vida nova, totalmente diferente, vencedora do antigo pecado, que em Cristo foi crucificado. Uma História que já pertence à não-História, ao fim dos tempos.

Pois "ele" é o primeiro dos homens, realizando a vocação original da humanidade, ou seja, a completa filiação divina; mas nisso ele é também o último, a plenitude.

Essa novidade da História humana deve transparecer na comunidade dos renovados pelo batismo. A renovação pascal não é apenas uma revigoração interior, nem apenas um retomar de algumas boas práticas e um provisório desistir de alguns vícios. Isso seriam apenas "variações sobre um tema antigo", como se diz na música. Temos de compor uma peça nova, tendo uma estrutura nova. E, mesmo se esta não for a melhor, o fato de ser nova e melhor que a anterior será um sinal de que escolhemos o lado daquele em quem nossa história antiga morreu, para ressuscitar na força de Deus.

Do livro "Liturgia Dominical", de Johan Konings, SJ, Editora Vozes
(www.franciscanos.org.br)

Reflexões sobre a Paixão e Páscoa

Abaixo, neste blog, vocês encontrarão reflexões de dois teólogos respeitadíssimos, a respeito da Paixão e Páscoa, sob perspectivas diferentes das que geralmente encontramos.


De Leonardo Boff temos a "Páscoa da Terra Crucificada" e de Maria Clara Bingemer: "Compaixão e comunhão: duas chaves para ler o mistério da PAIXÃO DE JESUS".

Os textos são um pouco longos mas vale o esforço de ler.

Uma Santa Páscoa. Equipe do Blog do Santuário.

A Páscoa da Terra Crucificada

A páscoa é uma festa comum a judeus e a cristãos e encerra uma metáfora da atual situação da Terra, nossa devastada morada comum. Etimologicamente, páscoa significa passagem da escravidão para a liberdade e da morte para a vida.

O Planeta como um todo está passando por uma severa páscoa. Estamos dentro de um processo acelerado de perda: de ar, de solos, de água, de florestas, de gelos, de oceanos, de biodiversidade e de sustentabilidade do próprio sistema-Terra.

Assistimos estarrecidos aos terremotos no Haiti e no Chile, seguidos de tsunamis. Como se relaciona tudo isso com a Terra? Quando as perdas vão parar? Ou para onde nos poderão conduzir? Podemos esperar como na Páscoa que após a sexta-feira santa de paixão e morte, irrompe sempre nova vida e ressurreição?

Precisamos de uma olhar retrospectivo sobre a história da Terra para lançarmos alguma luz sobre a crise atual. Antes de mais nada, cumpre reconhecer que terremotos e devastações são recorrentes na história geológica do Planeta.

Existe uma "taxa de extinção de fundo" que ocorre no processo normal da evolução. Espécies existem por milhões e milhões de anos e depois desparecem. É como um indivíduo que nasce, vive por algum tempo e morre. A extinção é o destino dos indivíduos e das espécies, também da nossa.

Mas além deste processo natural, existem as extinções em massa. A Terra, segundo geólogos, teria passado por 15 grandes extinções desta natureza. Duas foram especialmente graves.

A primeira ocorrida há 245 milhões de anos por ocasião da ruptura de Pangeia, aquela continente único que se fragmentou e deu origem aos atuais continentes. O evento foi tão devastador que teria dizimado entre 75-95% das espécies de vida então existentes. Por debaixo dos continentes continuam ativas as placas tectônicas, se chocando umas com as outras, se sobrepondo ou se afastando, movimento chamado de deriva continental, responsável pelos terremotos.

A segunda ocorreu há 65 milhões de anos, causada por alterações climáticas, subida do nível do mar e aquecimento, eventos provocados por um asteróide de 9,6 km caído na América Central. Provocou incêndios infernais, maremotos, gases venenosos e longo obscurecimento do sol.

Os dinossauros que por 133 milhões de anos dominavam, soberanos, sobre a Terra, desapareceram totalmente bem como 50% das espécies vivas. A Terra precisou de dez milhões de anos para se refazer totalmente. Mas permitiu uma radiação de biodiversidade como jamais antes na história.

O nosso ancestral que vivia na copa das árvores, se alimentando de flores, tremendo de medo dos dinossauros, pôde descer à terra e fazer seu percurso que culminou no que somos hoje.

Cientistas (Ward, Ehrlich, Lovelock, Myers e outros) sustentam que está em curso um outra grande extinção que se iniciou há uns 2,5 milhões e anos quando extensas geleiras começaram a cobrir parte do Planeta, alterando os climas e os níveis do mar.

Ela se acelerou enormemente com o surgimento de um verdadeiro meteoro rasante que é o ser humano através de sua sistemática intervenção no sistema-Terra, particularmente nos último s séculos.

Peter Ward (O fim da evolução, 1977, p.268) refere que esta extinção em massa se nota claramente no Brasil que nos últimos 35 anos está extinguindo definitivamente quatro espécies por dia. E termina advertindo:"um gigantesco desastre ecológico nos aguarda".

O que nos causa crise de sentido é a existência dos terremotos que destroem tudo e dizimam milhares de pessoas como no Haiti e no Chile. E aqui humildemente temos que aceitar a Terra assim como é, ora mãe generosa, ora madrasta cruel. Ela segue mecanismos cegos de suas forças geológicas. Ela nos ignora, por isso os tsunamis e cataclismos são aterradoras. Mas ela nos passa informações.

Nossa missão de seres inteligentes é descodificá-las para evitar danos ou usá-las em nosso benefício. Os animais captam tais informações e antes de um tsunami fogem para lugares altos. Talvez nós outrora, sabíamos captá-las e nos defendíamos. Hoje perdemos esta capacidade. Mas para suprir nossa insuficiência, está ai a ciência. Ela pode descodificar as informações que previamente a Terra nos passa e nos sugerir estratégias de autodefesa e salvamento.

Como somos a própria Terra que tem consciência e inteligência, estamos ainda na fase juvenil, com pouco aprendizado. Estamos ingressando na fase adulta, aprendendo melhor como manejar as energias da Terra e do cosmos.

Então a Terra, através de nosso saber, deixará que seus mecanismos sejam destrutivos. Todos vamos ainda crescer, aprender e amadurecer.

A Terra pende da cruz. Temos que tirá-la de lá e ressuscitá-la. Então celebraremos uma páscoa verdadeira, e nos será permitido desejar: feliz Páscoa.

Leonardo Boff
Teólogo

Compaixão e comunhão: duas chaves para ler o mistério da PAIXÃO DE JESUS


Ao aproximar-se a celebração da Páscoa, é de se esperar que o melhor de nossa atenção se volte para o mistério da Paixão de Jesus, na qual a Revelação cristã diz que se revelou nossa salvação definitiva.

No entanto, em nossa cultura de hoje, que valoriza o bem estar, o prazer, o possuir, pode ainda encontrar na contemplação de um Crucificado a chave para entender sua própria vida? Mais ainda: é possível que a Revelação do Deus Todo Poderoso e Criador, que nunca ninguém viu, possa ser visto e contemplado na figura des-figurada co pobre carpinteiro de Nazaré, entregue à justiça dos homens e por ela injustamente condenado, torturado e morto?

Com palavras radicais e impressionantes, o apóstolo Paulo descreve o mistério que o fascinou no caminho de Damasco e que mudou sua vida, convertendo-o de perseguidor em perseguido: o mistério do abaixamento e humilhação do Verbo de Deus até as últimas das conseqüências. Trata-se do famoso hino cristológico que está no 2o. capítulo da Carta aos Filipenses:

" Ele tinha a condição divina
mas não se apegou a sua igualdade com Deus
Pelo contrário, esvaziou-se a si mesmo
assumindo a condição de servo
e tornando-se semelhante aos homens.
Assim, apresentando-se como simples homem,
humilhou-se a si mesmo,
tornando-se obediente até‚ a morte e morte de cruz!"
Fil 2,5-8

Paulo começa, portanto, afirmando que Jesus Cristo é Deus: “Ele tinha a condição divina”. Mas revelou-a a nós, não ofuscando-nos com seu esplendor nem esmagando-nos com seu poder, nem mesmo ou muito menos repartindo ordens ou castigos com sua autoridade. Ele o faz despojando-se da condição divina que é a sua, à qual “não se apegou”. “Esvaziando-se de si mesmo” e assumindo a condição de servo e tornando-se semelhante a nós.

Qual o sentido de tudo isso? Que sentido tem que um Deus se esvazie de suas prerrogativas e queira ser encontrado a nosso lado, semelhante a nós, em situação de igualdade ou mesmo de inferioridade e humilhação (“humilhou-se a si mesmo tornando-se obediente até a morte de cruz”).

Parece que o primeiro sentido há que encontrá-lo na própria identidade de Deus. O mais profundo desta não é a onipotência, mas a vulnerabilidade. Deus é vulnerável pelo amor que nos tem. Por causa desse amor desce de sua eternidade para dentro de nossa temporalidade histórica. Sujeita-se a nossos tempos, limita-se por nossos espaços, serve-nos ali onde estamos. Encarna-se em nossa carne mortal, nasce de mulher, sujeito à Lei, sem lugar para estar. O Verbo pronunciado desde toda a eternidade tem que aprender a falar, a andar; tem que ser ajudado nas coisas mais simples como qualquer ser humano. Participa em tudo – menos no pecado – de nossa fragilidade de nossa vulnerabilidade. Porque nos ama. Apenas por isso. Livremente e porque assim deseja aproximar-se de sua criatura pecadora.

Uma vez constatado, com estupor, esse mistério, há duas palavras que, ajudando-nos a compreender o sentido do mistério da Paixão de Jesus, ajudam-nos a ver o sentido que deve ter, à luz desse mistério, nossa própria vida humana: compaixão e comunhão.

Somos humanos na medida em que somos capazes de com-paixão. Em uma sociedade de bem estar, em que somos acossados diariamente a consumir, a desfrutar impunemente das benesses e delícias do prazer e do progresso, onde somos instados a prestar atenção apenas nas pessoas que podem trazer-nos algum benefício ou retribuir-nos de alguma forma os serviços que lhes prestamos, a Paixão de Jesus nos ensina a com-padecer. A abrir o coração e colocá-lo ao alcance do sofrimento e da dor humanas. A deixar-nos configurar por ela, afetar por ela, ser tocados por ela. E deixar que ela comande nossos atos e decisões. Com-paixão, padecer com: esse é o segredo da vida vivida em plenitude. Solidarizar-se com o outro naquela situação onde ele ou ela não nos pode retribuir, pois está reduzido apenas a uma dor sem limites e sem redenção, a um sofrimento sem explicações.

Somos humanos na medida em que somos capazes de comunhão. Comungar com o outro, com sua dor e sua alegria, com sua esperança e sua angústia. Não querer ficar apartados ou distantes das situações que estão sendo vividas e sofridas pelo mais humilde e obscuro de todos os nossos semelhantes – isto é comunhão. É a solidariedade levada a suas últimas conseqüências. Tudo que afeta o outro me diz respeito e é meu também. Não só seus triunfos ou seus êxitos. Mas também e sobretudo, seus fracassos, suas solidões, suas incompreensões, sua pobreza. Aquilo pelo qual ninguém o acompanha e que o torna tão repugnante que não pode atrair os olhares nem o interesse de ninguém. Isso é a verdadeira comunhão e só os seres humanos são capazes disso.

A compaixão e a comunhão levaram Jesus de Nazaré a Jerusalém, obediente ao desejo do Pai que desejava resgatar e reunir todos os seus filhos dispersos e perdidos, mostrando seu verdadeiro e amoroso Rosto. A compaixão e a comunhão atraíram sobre ele o ódio do mundo e a violência dos que o condenaram e mataram. A compaixão e a comunhão nos salvaram e nos salvam a todos de uma vida vazia e sem sentido, que aposta em objetos efêmeros e voláteis, que hoje nos atraem e amanhã servem apenas para o lixo e a poluição que ameaça o planeta. A compaixão e a comunhão dão espessura à vida humana que ameaça liquefazer-se neste século XXI que já vai para o final de seu primeiro quartel.

A compaixão e a comunhão nos mostram o verdadeiro rosto do Deus da revelação. Rosto feito de amor e não de ira; de vulnerabilidade e não de distancia; de perdão e não de castigo; de benção e não de maldição. A Igreja e a liturgia nos convidam a seguir Jesus em direção a Jerusalém e a acompanhá-lo na entrega de sua vida. E a fazê-lo com sentimentos de com-paixão e comunhão, para que nossa vida também realize esse êxodo do próprio amor, do egoísmo que nos mata e nos isola em direção ao dom que é a única coisa capaz de realizar-nos como pessoas humanas.

Maria Clara Lucchetti Bingemer
Teóloga

“Hosana ao Filho de Davi, bendito o que vem em nome do Senhor" (Mt 21,9)


Estamos iniciando a Semana Santa e celebraremos os mistérios de nossa fé: a paixão, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo.

A Palavra de Deus neste domingo, nos convida a fazer o caminho com Jesus que vai do carregar a Cruz ao Ressuscitar dos mortos. A primeira leitura Is 50,4-7 nos lembra a confiança que o profeta tem em Deus e o quanto é importante afirmar para todo o sempre que Deus não nos abandona.

Chamando-nos pelo nome, Deus nos assiste com sua graça e não permite que sejamos enganados e humilhados. Ele é o nosso defensor.

Ao Iniciarmos a Semana Santa, devemos olhar para a trajetória de Jesus que o levou à cruz. Neste Domingo de Ramos, a liturgia nos apresenta Jesus que entra solenemente em Jerusalém aclamado pelo povo que o chama de Rei, Filho de Davi e grita aos quatro ventos: “Bendito aquele que vem em nome do senhor, hosana nas alturas“.

O Profeta Isaias nos recorda que jamais seremos colocados de lado por Deus que nos orienta, guia e acompanha. “O Senhor Deus é meu Auxiliador,“ (Is 5,7).A Encarnação de Jesus se deu no silencio da casa de Maria. Seu nascimento se deu no despojamento da gruta de Belém.

Sua trajetória da infáncia à vida adulta foi também silenciosa com raros sinais públicos, mas, certamente com muitos sinais de vida plena para o pequeno grupo de Nazaré que com Ele convivia.

Quando chega a hora de manifestar-se ao mundo, não o faz com glória e na euforia. Procura o Batismo de João, programa sua missão e a assume, chamando para seus companheiros, homens simples e desprezados de seu tempo, pescadores, cobradores de impostos e outros mais. Sua vida se deu na humildade, e esta foi a sua marca.

Posicionou-se claramente para mostrar que o Reino de Deus era de Justiça e de verdade, que era dos pequenos e pobres, que era um tesouro encontrado que valia a pena vender tudo, deixar tudo, abandonar tudo para adquirí-lo.

Em momento nenhum apegou-se à condição divina para colocar-se acima dos outros. Em tudo se fez obediente até a morte e morte de cruz. É isso que nos diz a segunda leitura (Fl 2,6-11).“Jesus Cristo, existindo em condição divina, não fez do ser igual a Deus uma usurpação, mas ele esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e tornando-se igual aos homens.

“A semana santa nos traz este compromisso e nos convida a esta espiritualidade vivencial: somos homens e mulheres criados por Deus para na humildade, na fraternidade e na firmeza de propósitos contribuirmos com a construção do Reino entre nós.

Também é tempo de sabermos qual a nossa estatura, quem somos e o que podemos. Só não podemos nos esquecer que o caminho do Cristo e de seu Reino o levou à cruz e não nos levará ao aplauso e ao sucesso.

O Cristo incomodou com sua vida a realidade de seu tempo, e, nós não podemos fazer diferente.

A CF nos fez refletir, por exemplo, que há uma outra economia possível, que não podemos dar as mãos a esta economia que exclui muita gente e que tira a oportunidade das pessoas.

Há uma outra a ser construída que deve ser uma Economia de Comunhão, uma Economia Solidária, uma Economia de Inclusão.

As Igrejas escreveram no texto base, que precisamos rever inclusive os nossos próprios acúmulos. Disse também o que vem sendo repetido há décadas, que não se pode ter uma economia que escraviza as pessoas, que as leva ao consumismo, que as desumaniza, que transforma o dinheiro em deus.

“Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro”. Lembremo-nos de Cristo que foi para a Cruz, não porque Deus Pai assim o quisesse (Deus não pode querer a morte de cruz para seu filho, nem a morte das filas dos hospitais, nem a morte da violência no trânsito ou no tráfico, nem a morte por fome, nem a morte por falta de oportunidade).

Deus é Pai! Lembremo-nos disso sempre. “Se nós que somos homens queremos o bem para nossos filhos, imaginem Deus que é Pai e que nos ama!” Jesus morreu na cruz porque incomodou a sociedade de seu tempo e fez disso o caminho para nossa salvação.

Sua cruz é redentora sim porque assim ele a assumiu. Lembremos da moeda a César: “daí a Cesar o que é de Cesar e a Deus o que é de Deus.” Esta frase é de incômodo e precisa ser repetida hoje.

O Ser Humano não existe para servir à Economia. Ela, a Economia é que deve estar a serviço da vida. Isso incomoda ainda hoje e o mundo, de modo especial os pobres preferidos de Deus, esperam uma resposta concreta das igrejas.

O Evangelho deste domingo é o da paixão: Mt 27,11-54. Sempre que o tenho à frente dos olhos e do coração, penso que a Cruz pela Cruz não tem o menor sentido, mas, que a Cruz de Jesus é carregada de significados porque é redentora, salvadora, libertadora. Ela não é um acaso. Jesus não foi a ela por engano. Sua vida a construiu. Suas opções o levaram a ela.

Penso então que minha cruz não precisa ser em vão. Penso que a cruz trazida pelo abandono, pela fome, pelo analfabetismo, pela falta de moradia, pela exclusão, pela intolerância, pela falta de fé e de comunhão não é e nem nunca foi desejo de Deus que é um Pai amoroso, e penso que esta cruz pode ser carregada de sentido, de significado, pode ser redentora, salvadora, libertadora.

(fonte: http://www.homilia.com.br/)

PALESTRA SOBRE O TEMA DA CF/2010: "ECONOMIA E VIDA"


O Santuário Santo Antonio do Valongo e a Ordem Franciscana Secular convidam para a palestra que ocorrerá no próximo DOMINGO, (21/03) às 10h00, sobre o tema da CAMPANHA DA FRATERNIDADE deste ano: "ECONOMIA E VIDA", no SALÃO SANTA CLARA, do Santuário (primeira sala subindo a escada).

A palestrante será Marilda Lemos.

Marilda milita nos movimentos populares há vários anos e tem profunda experiência no tema; é Franciscana Secular, Assistente Social, Professora de Teologia, Mestra em Administração e doutoranda em Sociologia, pela USP.

Pai, pequei contra o céu e contra ti...


Evangelho de 14 de março de 2010 (Lc 15, 1-3.11-32)

Temos neste texto de Lucas mais um registro, dentre os inúmeros encontrados nos Evangelhos, do conflito entre os escribas e fariseus, integrantes das elites religiosas do Judaísmo, e Jesus.

Estes chefes religiosos que tinham seu poder garantido a partir da humilhação e dominação dos pequeninos e pobres irritam-se com a prática acolhedora de Jesus.

Sendo censurado por fazer-se acompanhar por publicanos e "pecadores" e comer com eles, Jesus narra duas curtas parábolas sobre a alegria pelo encontro com estes excluídos, e uma terceira sobre o "pai misericordioso".

Nesta encontramos uma plenitude de significado que pode ser considerado o núcleo da mensagem dos Evangelhos. É o pai que respeitou plenamente a liberdade de seu filho, confiante na força do amor que sustenta a vida.

O bem maior, que é a liberdade, tem o amparo do amor misericordioso. Desaparece a imagem do deus poderoso que castiga os que dele se afastam impondo-lhes variados sofrimentos e, se se arrependem, reata a aliança com eles, porém sob ameaças.

Jesus revela o Deus de amor e da reconciliação (cf. segunda leitura), que respeita plenamente a liberdade de seus filhos e está com o coração aberto para acolhê-los a qualquer momento, sem censuras, independentemente de sua história passada.

Prof. Diácono Miguel A. Teodoro

Conversão: caminho para Deus



No evangelho de hoje (07/03/2010) Jesus alerta para a necessidade de conversão que cada pessoa tem, mas nem sempre consegue percebê-la ou admiti-la. É mais fácil olhar os “pecados” dos outros do que reconhecer que nós também nos afastamos de Deus com nossas falhas.

Os galileus que Pilatos havia matado e os dezoito que morreram com a torre de Siloé sobre eles eram considerados pecadores, pois é como se a desgraça acontecida fosse um castigo de Deus.

Jesus nos convida a uma mudança de olhar e de mentalidade. O mal não vem de Deus porque ele é essencialmente bom. No entanto, continuamos a nos colocar no lugar de Deus para julgar as faltas que as pessoas cometem e geralmente as condenamos.

Jesus nos convida a nos colocarmos na direção de Deus, mudando do caminho que nos afasta dele. Um Deus que consideramos todopoderoso poderia exterminar a quem quisesse e a qualquer momento, principalmente os pecadores, porém o nosso Deus é todopoderoso no amor, portanto, está sempre nos dando mais uma chance de voltarmos o nosso coração para Ele para que sejamos como árvores frutíferas.

Ele sempre nos dá um “voto de confiança”, pois acredita em nós porque nos ama primeiro. A conversão é um convite pessoal, assim, a resposta também é pessoal, mas para ser vivida em todas as relações.

Quando lemos a história da vida dos Santos, em grande parte, podemos perceber que por mais que fizessem coisas boas, mas se sentiam imperfeitos e indignos de Deus.

Quem já se acha santo e perfeito certamente deve olhar para dentro de si mesmo e ver que ainda não alcançou a plenitude e que ainda tem muito a caminhar na sua transformação interior, como nos afirma a segunda leitura: “Quem julga estar de pé tome cuidado para não cair!”.

Hoje nos deparamos com inúmeras situações onde julgamos as pessoas com muita facilidade, principalmente no cotidiano das famílias que não vivem mais segundo nossos critérios (e aqui podemos citar vários exemplos!) e também algumas situações onde o preconceito fala mais alto, por exemplo, quando entra em um ônibus uma pessoa mal vestida ou negra já ficamos apavorados com o medo ser um assaltante.

Precisamos olhar cada pessoa como alguém importante para Deus. Além disso, nos deparamos com inúmeras catástrofes em nosso planeta; algumas provocadas pelo próprio ser humano e outras por fenômenos da natureza.


Talvez já tenhamos feito a pergunta: “Quem é o culpado por todas as mortes acontecidas no Haiti e no Chile devido aos terremotos?”, ou ainda, “Por que Deus permitiu que isso acontecesse?”.

Quando não colocamos a culpa no ser humano por ter se afastado de Deus, culpamos ao próprio Deus por nos ter abandonado. Porém, na primeira leitura temos uma revelação de quem é Deus e de como Ele age em relação ao seu povo: Ele vê a aflição, ouve o clamor, conhece os sofrimentos, desce para libertar das mãos do opressor e os faz sair do Egito enviando Moisés.

Diante de tantas catástrofes e acontecimentos, Deus nos chama hoje e nos envia para mostrarmos o seu grande amor para com o povo através de nossos atos de solidariedade, partilha, escuta, proximidade para com aqueles que mais precisam.

É esta a conversão que ele pede a cada um de nós para que tenhamos um mundo mais fraterno, justo e centrando em Deus.

Ir. Sueli da Cruz Pereira

Este é meu Filho, o Escolhido, escutem o que Ele diz!


O Evangelho do 2º Domingo da Quaresma/2010 nos mostra um modo de revelar quem é Jesus.


Ele nos faz perceber que Jesus é mais do que os sentidos humanos normalmente conseguem captar: Ele participa da Glória de Deus. A presença de Moisés e Elias também não é um acaso: eles estão ali para comunicar que Jesus se insere na continuação e na culminância da história da aliança feita com Israel.


As palavras que vêm do céu são semelhantes às que aparecem no Batismo de Jesus: Este é meu Filho, o Escolhido, escutem o que Ele diz. Elas nos remetem para o mistério de Deus, que vai além de nossa compreensão. É importante reverenciar o Mistério, mas seria uma pena se isso nos paralisasse e nos desligasse da tarefa de construir um mundo melhor, exigência do próprio Evangelho.


Pedro, Tiago e João têm uma reação até normal, compreensível. Querem ficar ali onde se manifestou algo maravilhoso, junto de Deus, na companhia de Jesus, Moisés e Elias, deixando os problemas concretos bem longe, lá embaixo, onde a vida normal continuava. Ainda hoje, é comum que muita gente faça da Igreja o que aqueles três queriam fazer no Monte Tabor: um lugar de refúgio, perto do sagrado poder de Deus e longe das ocorrências do cotidiano.


É claro que há momentos em que todo mundo precisa de uma “dose extra” de abrigo na Casa do Senhor. Igreja pode servir para isso também: é lugar de alimentação, de restauração de forças, de repouso para os aflitos... mas não é para ficarmos aí estacionados. Vida cotidiana e Igreja se interligam: levamos constantemente para uma o que vivemos na outra.

REFLETINDO A CFE 2010

Objetivos específicos:

- Sensibilizar a sociedade sobre a importância de valorizar todas as pessoas que a constituem.

- Buscar a superação do consumismo, que faz com que o “ter” seja mais importante do que aspessoas.

- Criar laços entre as pessoas de convivência mais próxima, em vista do conhecimento mútuo e da superação tanto do individualismo como das dificuldades pessoais.

- Mostrar a relação entre fé e vida, a partir da prática da justiça, como dimensão constitutiva do anúncio do Evangelho.

- Reconhecer as responsabilidades individuais diante dos problemas decorrentes da vida econômica, em vista da própria conversão.

Esses objetivos devem ser trabalhados em quatro níveis: social, eclesial, comunitário, pessoal.

Desejamos a preservação da grande casa comum, o Planeta Terra, planeta da vida e morada da família humana, em vista da sua sustentabilidade. Buscamos mudanças na economia, na administração dessa casa comum, em fraterna cooperação entre toda a sociedade: cristãos e cristãs, seguidores de diferentes religiões e pessoas de boa vontade.

(Extraído do Texto-Base da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2010)
(fonte: http://www.homilia.com.br/)

"...Faze-te ao largo, e lançai as vossas redes para pescar..."


Lc 5,1-11

O evangelho mostra que o chamado dos discípulos para a missão ocorre num contexto de pesca milagrosa, após a pregação de Jesus à multidão. Jesus toma a iniciativa de chamar colaboradores para serem “pescadores de homens” (v.10).

Ele entra no barco de Pedro, ou seja, na vida do povo, das comunidades para fortalecer a fé, posta à prova constantemente. A sua presença impele a avançar para as águas mais profundas e lançar as redes para a pesca (v.4).

Pedro, como bom pescador, sabia que o tempo mais apropriado para pescar era à noite.

Mas confiante na palavra de Jesus lança as redes para a pesca (v.5). A quantidade enorme de peixes é sinal da ação de Deus, que se manifesta através dos discípulos/as a serviço do Reino.

Diante do resultado da pesca, os discípulos reconhecem que Jesus é o Senhor, título que a Igreja primitiva dirigiu a Jesus ressuscitado. O desprendimento para servir na gratuidade é uma característica essencial de todo o discípulo no seguimento de Jesus (5,28; 12,33; 18,22).

A 1ª leitura apresenta a vocação profética de Isaías, que surge no século oitavo a.C. no contexto de uma liturgia do Templo de Jerusalém (“Santo, santo, santo”, v. 3 é aclamação litúrgica).

A purificação dos lábios (vv.6-7) simboliza a preparação para exercer o ministério profético. “Paulo, na 2ª leitura, apresenta a morte e a ressurreição de Jesus Cristo como fundamento da nossa fé.

“Cristo morreu pelos nossos pecados, foi sepultado e, ao terceiro dia, foi ressuscitado segundo as Escrituras” (15,3-4), é o anúncio fundamental nas primeiras comunidades cristãs.

Como os discípulos de Jesus, somos chamados a lançar as redes para as águas profundas, a fim de que a pesca do Reino seja abundante.

A confiança em Jesus e em sua palavra, deve ser sempre uma característica essencial de nossa missão apostólica. Que a palavra do Senhor nos liberte de nossos “barcos” e nos torne disponíveis para o serviço na gratuidade.

Na celebração dominical respondemos ao chamado do Senhor: “Aqui estamos Senhor”. Ele toca a nossa boca, os nossos lábios, todos os nossos sentidos.

Participamos ativamente do mistério do “Cristo que morreu por nossos pecados, que foi sepultado e que ao terceiro dia ressuscitou...”

Congregação Pias Discípulas do Divino Mestre (http://www.revistadeliturgia.com.br/)

10/01/2010 - Batismo do Senhor:
"este é o Meu Filho bem amado..."


A 1ª leitura cita o 1º cântico do Servo do Senhor: o Senhor recebe o Espírito de Deus, para ser a luz das nações e o libertador dos oprimidos.

Pedro, na segunda leitura, nos dá um recado muito importante: "Deus não faz acepção de pessoas".

Ele não julga as pessoas pelas aparências ou pelas classificações as quais estamos acostumados: raça, cor, religião, gênero, classe social. O critério de Deus é outro.

Ele acolhe quem quer que o tema e pratique a justiça. Quando Jesus é batizado por João, Deus o proclama "seu Filho", e o Espírito de Deus torna-se visível sobre Ele, em forma de pomba.

No Espírito de Deus, Jesus assume sua atividade como enviado de Deus. Por isso, a pregação dos apóstolos a respeito de Jesus começava com uma menção do batismo de Jesus por João.

Jesus é, portanto, o Servo do Senhor por excelência, o Filho de Deus. Sobre Ele repousa o Espírito, o dinamismo de Deus, fazendo com que tudo o que o Filho faz seja obra de Deus mesmo.
Jesus é o realizador do desígnio (projeto) de Deus. Jesus quer ser solidário com o povo que Ele vem libertar; embora Ele mesmo não tenha pecado, pede a João para ser batizado em meio aos pecadores.

Assim, Ele quer "cumprir toda a justiça", isto é, o plano de salvação de Deus. Jesus não se comporta como um privilegiado.

Para salvar alguém, devemos descer até onde ele está... O batismo de Jesus é esvaziamento e, ao mesmo tempo, manifestação do Espírito. Também o nosso batismo deve ser isso.

No batismo da Igreja, somos batizados no Espírito. Mas para comunicar o Espírito que nos anima, devemos mergulhar no mundo em que vivem os nossos irmãos. Nosso batismo não significa meramente perdão dos pecados, como o do João (nem apenas uma bênção de saúde ou coisa semelhante).

É participação no batismo de Cristo e na sua missão como Servo de Deus, no Espírito. Deve levar-nos ao esvaziamento pelos nossos irmãos. A preparação do batismo merece, pois, maior atenção.

Os pais e padrinhos dos batizados devem ter presente este significado para transmiti-lo aos filhos na hora oportuna.

(fonte: http://www.homilia.com.br/)