"...Faze-te ao largo, e lançai as vossas redes para pescar..."


Lc 5,1-11

O evangelho mostra que o chamado dos discípulos para a missão ocorre num contexto de pesca milagrosa, após a pregação de Jesus à multidão. Jesus toma a iniciativa de chamar colaboradores para serem “pescadores de homens” (v.10).

Ele entra no barco de Pedro, ou seja, na vida do povo, das comunidades para fortalecer a fé, posta à prova constantemente. A sua presença impele a avançar para as águas mais profundas e lançar as redes para a pesca (v.4).

Pedro, como bom pescador, sabia que o tempo mais apropriado para pescar era à noite.

Mas confiante na palavra de Jesus lança as redes para a pesca (v.5). A quantidade enorme de peixes é sinal da ação de Deus, que se manifesta através dos discípulos/as a serviço do Reino.

Diante do resultado da pesca, os discípulos reconhecem que Jesus é o Senhor, título que a Igreja primitiva dirigiu a Jesus ressuscitado. O desprendimento para servir na gratuidade é uma característica essencial de todo o discípulo no seguimento de Jesus (5,28; 12,33; 18,22).

A 1ª leitura apresenta a vocação profética de Isaías, que surge no século oitavo a.C. no contexto de uma liturgia do Templo de Jerusalém (“Santo, santo, santo”, v. 3 é aclamação litúrgica).

A purificação dos lábios (vv.6-7) simboliza a preparação para exercer o ministério profético. “Paulo, na 2ª leitura, apresenta a morte e a ressurreição de Jesus Cristo como fundamento da nossa fé.

“Cristo morreu pelos nossos pecados, foi sepultado e, ao terceiro dia, foi ressuscitado segundo as Escrituras” (15,3-4), é o anúncio fundamental nas primeiras comunidades cristãs.

Como os discípulos de Jesus, somos chamados a lançar as redes para as águas profundas, a fim de que a pesca do Reino seja abundante.

A confiança em Jesus e em sua palavra, deve ser sempre uma característica essencial de nossa missão apostólica. Que a palavra do Senhor nos liberte de nossos “barcos” e nos torne disponíveis para o serviço na gratuidade.

Na celebração dominical respondemos ao chamado do Senhor: “Aqui estamos Senhor”. Ele toca a nossa boca, os nossos lábios, todos os nossos sentidos.

Participamos ativamente do mistério do “Cristo que morreu por nossos pecados, que foi sepultado e que ao terceiro dia ressuscitou...”

Congregação Pias Discípulas do Divino Mestre (http://www.revistadeliturgia.com.br/)