Evangelho de 14 de março de 2010 (Lc 15, 1-3.11-32)
Temos neste texto de Lucas mais um registro, dentre os inúmeros encontrados nos Evangelhos, do conflito entre os escribas e fariseus, integrantes das elites religiosas do Judaísmo, e Jesus.
Estes chefes religiosos que tinham seu poder garantido a partir da humilhação e dominação dos pequeninos e pobres irritam-se com a prática acolhedora de Jesus.
Sendo censurado por fazer-se acompanhar por publicanos e "pecadores" e comer com eles, Jesus narra duas curtas parábolas sobre a alegria pelo encontro com estes excluídos, e uma terceira sobre o "pai misericordioso".
Nesta encontramos uma plenitude de significado que pode ser considerado o núcleo da mensagem dos Evangelhos. É o pai que respeitou plenamente a liberdade de seu filho, confiante na força do amor que sustenta a vida.
O bem maior, que é a liberdade, tem o amparo do amor misericordioso. Desaparece a imagem do deus poderoso que castiga os que dele se afastam impondo-lhes variados sofrimentos e, se se arrependem, reata a aliança com eles, porém sob ameaças.
Jesus revela o Deus de amor e da reconciliação (cf. segunda leitura), que respeita plenamente a liberdade de seus filhos e está com o coração aberto para acolhê-los a qualquer momento, sem censuras, independentemente de sua história passada.
Prof. Diácono Miguel A. Teodoro