Mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial da Paz

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Clique no link a seguir para acessar a mensagem de Sua Santidade, no site do Franciscanos. MENSAGEM DIA MUNDIAL DA PAZ

Um Santo Natal e abençoado 2010


As mensagens e reflexões mais belas e com melhor conteúdo sobre o NATAL
www.franciscanos.org.br acesse....

4º Domingo do Advento


Estamos chegando ao final da preparação para celebrar o Natal.

A liturgia deste domingo coloca-nos Maria como personagem central.

Ela é a casa onde Deus faz sua morada. Nela se cumpre a promessa que Deus fizera de construir uma casa para nela vir habitar.

Assim como Maria, todos nós devemos ser uma casa acolhedora para a habitação de Deus.

E como compromisso, devemos tornar o mundo uma grande casa para a morada de Deus.
Pe. Onildo (Maringá - PR)
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Algumas perguntinhas (formuladas pelo Pe. Carlos Henrique), para ajudar nossa reflexão do evangelho do 4º Domingo do Advento:

- Sou “rápido” para o serviço?

- Tenho a atitude de Maria de sair apressadamente para socorrer e visitar quem necessita?

- Quais decisões de minha vida estou demorando hoje? Até onde vai querer o Senhor que vá rapidamente e sem demora hoje? Perdoar a alguém... comunicar-me com quem faz tempo que não tenho contato... aproximar-me de tal pessoa...

- Sou “dono” de meu presente? Escolho o que fazer e o realizo sem demora?

- Maria me leva a Jesus: imito esta atitude levando a presença do Senhor aos demais?

- Busco fazer com que a presença do Senhor dê sentido a minha vida e a preencha de alegria desde o profundo do coração?

- Levo a alegria de Jesus a meus irmãos?

- Permito que o Espírito Santo me plenifique?

- Faço orações de bênção a Deus pelo admirável de suas obras?

- Falo em voz alta, grito a presença desbordante do Senhor em minha vida?

- Reconheço Maria como a Mãe de meu Senhor?

- Permito-me admirar pelo caminho fiel de Maria, por sua fé profunda nas promessas do Senhor?

- Busco imitar Maria também em seu ser autêntica fiel e discípula do Senhor?
Pe. Carlos Henrique Nascimento (Ouro Branco - RN)

2º Domingo do Advento
"Todas as pessoas verão a Salvação de Deus"


A característica dos dois primeiros domingos do advento é fazer memória da segunda vinda de Cristo.

Neste segundo domingo, entra em cena João Batista. A ele foi dirigida a Palavra de Deus no deserto.

Ele é a "voz que clama: preparai os caminhos do Senhor!"

Diante desse fato, a liturgia nos propõe uma atitude: sermos iguais a Isaías e João Batista, aqueles que pedem que os caminhos do mundo sejam dignos para acolher o Senhor. Aquilo que foi anunciado por Baruc ao povo de Israel, assim como aquilo que foi anunciado por João Batista realiza-se em Jesus Cristo, realiza-se hoje na Igreja e pela Igreja.

A comunidade cristã reúne-se para a celebração da Eucaristia até que Ele venha. Sua vinda transforma o hoje em dia do Senhor.

A comunidade eucarística transforma-se em voz que anuncia a preparação do caminho para a vinda do Messias. Tudo que degrada o homem e a mulher são caminhos tortuosos que precisam ser "aplainados" para que o Senhor possa passar.

Esse aplainamento é trabalho nosso. Quais os caminhos que devemos conservar em nossa comunidade? E quais devemos endireitar e aplainar? João Batista começa a sua pregação a partir do deserto: ali se despoja de tudo que não é de Deus, para um esvaziamento total.

O deserto pode, ainda hoje, ser para nós o lugar do nosso amadurecimento pessoal, o lugar da nossa cura interior e da cordial libertação de tudo quanto nos afasta do projeto de Deus. O deserto nos prepara para acolher a sabedoria que vem do alto e nos capacita para o discernimento da vida.

João Batista nos convoca a ir ao deserto, para fazer um novo êxodo, acolhendo o batismo do arrependimento e da penitência como meios de viver com alegria e generosa solidariedade o projeto de nosso Deus de amor e misericórdia. Somos levados ao deserto para de lá sairmos purificados e sentindo-nos mais amados por Deus, numa nova criação de reconciliados com Deus e com os irmãos.
(fonte: http://www.homilia.com.br/)

CELEBRAMOS CRISTO REI



Experiência Missionária e Querigmática

D. Jacyr Francisco Braido
Bispo de Santos

O Ano Litúrgico se encerra com a Solenidade de Cristo Rei, uma síntese dos mistérios de Cristo celebrados durante o Ano Litúrgico: seu nascimento, no Natal; sua Paixão e Morte, na Quaresma e Semana Santa; sua Ressurreição, na Páscoa; e a vinda do Espírito Santo, no Dia de Pentecostes, e a longa jornada de sua Pregação, durante o Tempo Comum.

Durante sua pregação, Jesus falou que veio para instaurar o Reino de Deus. E explicou sua essência com inúmeras parábolas: é serviço, é amor, é semente, é ocupar o último lugar, é fermento.... Na oração ao Pai, nos ensina a pedir: “Venha a nós o vosso Reino”.

Em nossa Diocese de Santos, esta solenidade ganhou destaque. Desde 1997, é feita uma grande concentração diocesana para celebrá-la de forma comunitária: na preparação do Novo Milênio (no Estádio da Portuguesa Santista (1997); na Vila Belmiro (1998), com celebração especial do Sacramento do Crisma, por iniciativa de Dom David Picão; no ano 2000, foi celebrada na

Catedral, em ocasião do Grande Jubileu convocado pelo Papa João Paulo II. Sua celebração continuou no Emissário Submarino e no Centro de Convenções de São Vicente, onde nos reuniremos, mais uma vez, para celebrá-la no próximo dia 22 de novembro.

O que celebramos nesta Solenidade? Celebramos Jesus Cristo com participação especial, na parte da manhã, de representantes de todas as Regiões e Paróquias da Diocese, dos sacerdotes, religiosas e leigos, especialmente os jovens, catequistas e as famílias (prioridades de nossas Diretrizes Pastorais Diocesanas). É uma celebração especial, comunitária e quer representar o dinamismo diocesano, através de um gesto especial.

Não quer ser continuidade de uma “tradição” que se criou, nem deseja prejudicar a participação de idosos e outros dependentes, pois haverá celebração paroquial e nas comunidades à tarde. É um símbolo de busca de unidade em nossa atividade de evangelização. Faz parte de “um processo de iniciação cristã e de formação permanente que retroalimente a fé dos discípulos do Senhor integrando o conhecimento, o sentimento e o comportamento” (DA, 518, d). É um gesto querigmático.

E para citar mais expressamente o Documento de Aparecida, é importante relembrar o que nos diz, em seu número 12, citando o Papa Bento XVI: “A todos nos toca recomeçar a partir de Cristo, reconhecendo que “não se começa a ser cristão por uma decisão ética ou por uma grande idéia, mas pelo encontro com um acontecimento, com uma Pessoa, que dá um novo horizonte à vida e, com isso, uma orientação decisiva” (DA, 12).

Impressionante! O Documento afirma que a todos nos toca recomeçar a partir de Cristo. Podemos nos perguntar: Recomeçar? Por quê? Não estamos a caminho? Não somos atuantes na Igreja?

Certamente que sim. Entretanto, lemos ainda no mesmo Documento esta Mensagem do Papa Bento XVI que nos estimula a procurar sempre a presença reanimadora de Jesus: “Os trabalhos da V Conferência nos levam a fazer nossa a súplica dos discípulos de Emaús: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando” (Lc 24, 29).

“Ficai conosco, Senhor, acompanhai-nos, ainda que nem sempre tenhamos sabido reconhecer-vos. Ficai conosco, porque as sombras vão se tornando densas ao nosso redor, e vós sois a Luz; em nossos corações se insinua a desesperança, e vós nos fazeis arder com a certeza da Páscoa.

Estamos cansados do caminho, mas vós nos confortais com a fração do pão para anunciar aos nossos irmãos que na verdade ressuscitastes e nos destes a missão de ser testemunhas da vossa ressurreição.

Ficai conosco, Senhor, quando ao redor da nossa fé católica surgem as névoas da dúvida; vós que sois a própria Verdade como revelador do Pai, iluminai nossas mentes com a vossa Palavra; ajudai-nos a sentir a beleza de crer em vós” (Mensagem de Bento XVI).

Em nossas Comunidades, Paróquias e Regiões, busquemos esta presença confortadora de Jesus de que temos tanta necessidade para fazer frente a uma “cultura” de nossa civilização, sobretudo urbana. Mas o gesto concreto e comunitário, diocesano, eclesial, é importante para nos sentirmos irmãos e irmãs em nossa caminhada de fé em sua experiência querigmática. Façamos este gesto com generoso esforço de participação.

O Reino de Deus está entre nós e se realiza em nossa coragem de sairmos de nós mesmos e buscarmos a comunhão e a solidariedade. Sempre. Mas especialmente num momento todo especial.

A Palavra de Deus nos ilumina: “EU SOU REI! Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz” (Jo 18, 37). Eis como o Papa João Paulo II sintetiza a Palavra de Deus nesta solenidade:

“Esta afirmação de Jesus diante de Pilatos nos dá a verdadeira dimensão de seu Reino e de nossa adesão a ele: ser da verdade. Diante do mundo de hoje, ao mesmo tempo tão convencido de seus caminhos (laicidade) e também surpreendido pelas incertezas e angústias da vida, Jesus se apresenta como aquele que veio a este mundo para dar testemunho da verdade.

E Ele o dá com sua palavra e com sua entrega decidida à vontade do Pai, com sua morte e ressurreição. Nós estamos comprometidos e empenhados em servir a este seu Reino no mundo de hoje. Queremos ser da verdade: pertencer a Ele com decisão!”

“Jesus Cristo é «a Testemunha fiel» (Cfr. Apoc. 1, 5), como afirma o Autor do Apocalipse. É «a Testemunha fiel» do domínio de Deus na criação e, sobretudo, na história do homem. De fato Deus, como criador e, ao mesmo tempo, como Pai, formou o homem, desde o início.

Por isso está Ele, como Criador e como Pai, sempre presente na sua história. Tornou-se não apenas o Princípio e o Fim de todo o criado, mas também o Senhor da história e o Deus da Aliança: Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, Aquele que é, que era e que há de vir, o Senhor do Universo (Apoc. 1, 8). Jesus Cristo — «Testemunha fiel» — veio ao mundo precisamente para dar testemunho desta verdade”.

“A Sua vinda no tempo! — quão concretamente e de modo sugestivo a preanunciaria o profeta Daniel na sua visão messiânica, falando na vinda de um filho de homem (Dan. 7, 13) e delineando a dimensão espiritual do Seu reino nestes termos: Foi-Lhe entregue o domínio, a majestade e a realeza, e todos os povos, nações e línguas O serviram. O Seu domínio é domínio eterno, que não passará jamais, e a Sua realeza não será destruída (Ibid. 7, 14). É assim que o profeta Daniel, provavelmente no século VI, viu o reino de Cristo antes de Ele ter vindo ao mundo”.

“Aquilo que se passou diante de Pilatos na sexta-feira antes da Páscoa permite-nos expurgar a imagem profética de Daniel de qualquer associação imprópria. De fato, o «Filho do homem» mesmo responde à pergunta que lhe fez o governador romano. Esta resposta manifesta-se deste modo: O Meu Reino não é deste mundo. Se o Meu Reino fosse deste mundo, os Meus guardas lutariam, para que eu não fosse entregue aos Judeus. Mas, de fato, o Meu Reino não é aqui” (Jo. 18, 36).

“Pilatos, representante do poder exercido em nome da poderosa Roma sobre o território da Palestina, homem que pensa segundo as categorias temporais e políticas, não entende tal resposta. Por isso pergunta pela segunda vez: Logo, Tu és Rei?” (Ibid. 18, 37).

“Também Cristo responde pela segunda vez. Como na primeira explicou em que sentido não era rei, assim agora, para responder totalmente à pergunta de Pilatos e, ao mesmo tempo, à pergunta de toda a história da humanidade, de todos os soberanos e de todos os políticos, responde assim: Sou Rei. Se nasci, se vim a este mundo, foi para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a Minha voz” (Cfr. ibid.). “Esta resposta, em ligação com a primeira, exprime toda a verdade sobre o Seu reino; toda a verdade sobre Cristo Rei.

“Nesta verdade se encerram, igualmente, as ulteriores palavras do Apocalipse: Ei-lO que vem entre as nuvens (assim se exprimira já Daniel). Todos o verão com os seus próprios olhos, até aqueles que O transpassaram... Sim.Amém!” (Apoc. 1, 7) (Homilia de João Paulo II – Fonte do Vaticano).

Esta mensagem de Cristo Rei ilumine nossa caminhada neste Mês de novembro, dando visão Cristocêntrica a todas as celebrações, de modo especial a Celebração de todos os Santos e Santas e a Comemoração dos Finados.

(fonte: http://www.cnbb.org.br/)

Capítulo das Esteiras/2009

Clique na imagem abaixo para acessar a página da Província Franciscana da Imaculada Conceição e acompanhar as notícias do Capítulo, que está sendo realizado em Agudos-SP.



DIA DE TODOS OS SANTOS


A comunhão dos Santos

Atualmente pouco se ouve falar na "comunhão dos santos".

Além disso, muitos fiéis talvez tenham uma idéia muito restrita a respeito de quem são os santos, etc...

Nas suas cartas, Paulo chama os fiéis em geral de "santos". Todos os que pertencem a Cristo e seu Reino constituem uma comunidade viva e real, a "Comunhão dos Santos".

As bem-aventuranças (evangelho) proclamam a chegada do Reino de Deus e, por isso, a boa ventura daqueles que "combinam com ele".

Assim, caracterizam a comunidade dos "santos", os "filhos do Reino", e proclamando a sua felicidade e salvação. Jesus felicita os "pobres de Deus", os que confiam mais em Deus do que na prepotência, os que produzem paz, os que vêem o mundo com a clareza de um coração puro etc.



Sobretudo os que sofrem por causa do Reino, pois sua recompensa é a comunhão no "céu", isto é, em Deus. Dedicando sua vida à causa de Deus, eles "são dele".



É o que diz S. João (2ª leitura): já somos filhos de Deus, e nem imaginamos o que seremos! Mas uma coisa sabemos: seremos semelhantes a ele, realizaremos a vocação de nossa criação (Gn 1,26). O amor de Deus tomará totalmente conta de nosso ser, ao ponto de nos tornar iguais a ele. A santidade não é o destino de uns poucos, mas de uma imensa multidão (1ª leitura): todos aqueles que, de alguma maneira, até sem o saber, aderiram e aderirão à causa de Cristo e do Reino: a comunhão ou comunidade dos santos.



Ser santo significa ser de Deus. Não é preciso ser anjo para isso. Santidade não é angelismo. Significa um cristianismo libertado e esperançoso, acolhedor para com todos os que "procuram Deus com um coração sincero" (Oração Eucarística IV).



Mas significa também um cristianismo exigente. Devemos viver mais expressamente a santidade de nossas comunidades (a nossa pertença a Deus e a Jesus), por uma prática da caridade digna dos santos e por uma vida espiritual sólida e permanente.



Sobretudo: santidade não é beatice, não é medo de viver. É uma atitude dinâmica, uma busca de pertencer mais a Deus e assemelhar-se sempre mais a Cristo. Não exige boa aparência!



Desprezar os pobres é desprezar os santos! Mas exige disponibilidade para se deixar atrair por Cristo e entrar na solidariedade dos fiéis de todos os tempos, santificados e unidos por ele.



Do livro "Liturgia Dominical", de Johan Konings, SJ, Editora Vozes


fonte: http://www.franciscanos.org.br/

Mensagem dos Santuários

Clique no link abaixo e leia o interessante artigo de Frei Alberto Beckhäuser, ofm, sobre os Santuários Franciscanos.
Mensagem dos Santuários

(fonte: www.franciscanos.org.br)

Morre um visionário


A Irmã morte visita nosso querido amigo Irmão Nelson

Dia 26 de setembro, às 14h30, entregamos aos braços da irmã Terra o corpo de nosso irmão Nélson Vaz.

Precisamos dizer que nosso mundo fica mais pobre, porque morre um visionário.

Antes que outros conceitos se apresentem em nossa mente, vou dizer o que entendo por visionário:"O visionário é aquele que possuí a rara habilidade de aliar a visão à competência. Ele não enxerga apenas o presente: enxerga também o futuro. É capaz de prever tendências e de antecipar mudanças, em vez de ser simplesmente atropelado por elas".

Esse era o "Seu Nelson" que nós, na época JOVENS DA JUFRA, chamávamos carinhosamente de "Chefe".

De sua vida particular, o pouco que posso falar é que, sempre que mencionava suas paixões citava, em ordem de prioridade: a Família, o Trabalho e a Ordem Franciscana.

Vou me ater ao período em que tive o privilégio de compartilhar de sua presença em nossa Fraternidade: eu como jovem da Juventude Franciscana (Jufra) e ele como ministro da fraternidade.

Graças a ele, uma nova geração de pessoas pôde apreciar a beleza do ideal franciscano secular.

Para quem não o conheceu, basta dizer que foi graças a sua "teimosia" que, hoje, existem várias Fraternidades JUFRA na região Sudeste III da OFS do Brasil. Porque a Jufra Valongo foi a primeira da Região.Encontrou muitas dificuldades para colocar seu ousado projeto de renovação da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, em prática.

Os mais velhos temiam por causa da resistência natural à mudança; os mais jovens queriam que as coisas acontecessem de imediato.

Com sua sabedoria e a de todos os que cerravam fileiras a seu lado (Lourenço, Tereza, Varella, Dulcídio, Silva, Afonso, Ribeiro, Valdir, Zezé, Zizinha, Ozias e tantos outros), conseguiu levar a bom termo o processo e com tal êxito que, desde aqueles idos da década de 70, franciscanos jovens e franciscanos maduros convivem até hoje com respeito e carinho mútuos.

Quando depositamos seu corpo na nossa quadra no Cemitério do Paquetá, entre tantos outros gigantes espirituais que o antecederam na eternidade, tivemos a certeza de que sepultamos o corpo de um homem incomum.

Seu espírito, no entanto, voava livre, rumo à eternidade. E os ideais que o motivaram continuarão a produzir homens e mulheres incomuns.

Em louvor de Cristo. Amém. Paz e Bem. Oswaldo

A novidade do Reino deve ser acolhida com humildade e simplicidade

Prof. Diácono Miguel A. Teodoro




No Evangelho de Marcos encontramos três narrativas com o mesmo tema, nas quais Jesus prenuncia seu sofrimento e morte em Jerusalém. São os três "anúncios da Paixão".





Os outros evangelistas sinóticos, Mateus e Lucas, que escreveram seus Evangelhos cerca de duas décadas após Marcos, possivelmente o tendo como referência, apresentam também estes três anúncios.



O primeiro anúncio é feito quando Jesus está encerrando seu ministério na região de Tiro e Sidônia, ao norte da Galiléia. Daí, ele com seus discípulos seguem o caminho em direção a Jerusalém, onde será celebrada a festa anual da Páscoa.



Na leitura do Evangelho de hoje, temos o segundo anúncio da Paixão, quando Jesus e seus discípulos atravessam a Galiléia. Jesus, não querendo deter-se nessa região, procura evitar que as multidões saibam de sua presença ali.



A repetição do anúncio da Paixão e da ressurreição visa a demover os discípulos das aspirações de messianismo triunfalista.



Jesus insiste em esclarecer os discípulos que não veio para assumir o poder, mas para libertar e promover a vida. Revela que ele é vulnerável à repressão dos poderosos, pressentindo a proximidade da morte.



O livro da Sabedoria descreve o sofrimento de um justo perseguido, o que foi aplicado a Jesus.



Contudo, os discípulos que o acompanham ainda pensam que ele poderia liderar um movimento de tomada do poder. Discutem entre si quem é o maior, isto é, quem ficará com os cargos mais importantes.



São os anseios antagônicos à proposta de Jesus, que provocam conflitos na comunidade.



Já no fim do ministério de Jesus, os discípulos ainda não compreendem plenamente a novidade de seu anúncio.



Tomando a criança como modelo, ele mostra a inversão dos valores do Reino: o que importa é o serviço com amor, e não o poder.



A novidade do Reino deve ser acolhida como fazem as crianças, que, na humildade e simplicidade, com admiração, acolhem os valores da vida.

"Tu és o Cristo, o Messias" - 13/09/2009

Palavra de D. Moacir Silva - Bispo de S. José dos Campos

Jesus é superior à lei


A palavra de Deus propõe leis e normas que favorecem a vida do povo e não se detém muito em insignificâncias.

Neste domingo o Senhor nos convida à caridade, a verdadeira liturgia que agrada a Deus.

Religião não é tanto realizar uma série de ritos de purificação, mas, sim, fazer a opção pelo seu projeto, que se concretiza na prática da solidariedade.

Rezemos hoje pelos catequistas, os apóstolos de nossas comunidades, para que deem, pela sua vida, testemunho da Palavra de Deus.

"Só Tu tens palavras de Vida Eterna"


Mais uma vez, a bíblia deixa claro que diante de Jesus e das suas palavras, o ouvinte tem que tomar uma decisão radical. E os versículos do nosso texto não escondem o fato que nem todos conseguem optar por Jesus.

As primeiras palavras de hoje “depois de ter ouvido isso” demonstra que a divisão nasceu a partir de algum ensinamento de Jesus, sem explicitar o motivo exato da discussão.

As preocupações comunitárias dos versículos anteriores, a afirmação de Jesus de que ele dá o seu corpo como pão da vida e o fato que o texto se dirige aos discípulos, indicam que provavelmente foi o discurso eucarístico a fonte de divisão.

Porém, a afirmação de Jesus de que ele “dá a vida”- o que causou já uma divisão em 5 19-47, e a identificação da sua palavra reveladora com “o pão vindo do céu” na primeira parte do discurso, talvez tenham criado a controvérsia.

De qualquer maneira é importante notar que a divisão não se dá entre “os judeus”, mas entre os próprios discípulos, muitos dos quais abandonam Jesus neste momento. Sem dúvida, essa historia reflete a experiência da comunidade do Discípulo Amado, pelo ano 90, quando estava sentindo na pele as dores de divisão, pois muitos dos seus membros estavam abandonando-a (essa divisão é o pano do fundo das três Cartas Joaninas)

É muito interessante a reação de Jesus diante do abandono da maioria dos seus discípulos. Ele não arreda pé, mas com todo calma até convida os Doze para saírem, se não podem aceitar a sua palavra.

Jesus não se preocupa com números – mas com a fidelidade ao Pai. Talvez até fique sozinho, mas não vai diluir em nada as exigências do seguimento da vontade do Pai. Um exemplo importante para nós, pois muitas vezes caímos na tentação de julgar o êxito pelos números! Igrejas cheias indicam sucesso!

Mas nem sempre é assim – é mais importante ser coerente com o Evangelho, custe o que custar, do que “fazer média” com a sociedade, as vezes através duma pregação tão insossa, que reduz a religião a mero sentimentalismo, sem conseqüências sociais.

Mas devemos cuidar de não interpretar erradamente as palavras de Jesus em v. 63 quando diz que “É o Espírito que vivifica, a carne para nada serve”. As vezes usa-se essa frase (e outras de João) para justificar uma religião dualista, onde tudo que é “espírito” é bom e tudo que é material é do mal! Aqui João não distingue duas partes do ser humano, mas duas maneiras de viver!

A carne é a pessoa humana entregue a si mesma, incapaz de entender o sentido profundo das palavras e dos sinais de Jesus; o espírito é a força que ilumina as pessoas e abre os seus olhos para que possam entender a Palavra de Deus que se pronuncia em Jesus.

Diante do desafio de Jesus, Pedro resume a visão dos que percebem em Jesus algo mais do que um mero pregador. A quem iriam? Pois só Jesus tem as palavras de vida eterna! Declaração atual, pois é moda na nossa sociedade – até entre muitos católicos praticantes – de correr atrás de tudo que é novidades: supostas aparições, esoterismo, religiões orientais, gnosticismo, escritos apócrifos e tantas outras propostas, as vezes até esdrúxulas, enquanto se ignora a Palavra de Deus nas Escrituras.

O texto de hoje nos convida a nos examinarmos, a verificarmos se estamos realmente buscando a verdade onde ela se encontra, ou se a deixamos de lado, achando – como as multidão no texto – que o seguimento de Jesus “é duro demais”! No meio de tantas propostas de vida, estamos convidados a reencontrarmos a fonte da verdadeira felicidade e da verdadeira vida, fazendo a experiência de Pedro, que descobriu que Jesus “tem palavras de vida eterna”.

Pe Tomaz Hughes - SVD

Assunção de Nossa Senhora - "Minha alma proclama a grandeza do Senhor"


O evangelho de hoje é o Magnificat de Maria, resumo da obra de Deus com ela e em torno dela. Humilde serva – nem tinha sequer o status de mulher casada -, ela foi “exaltada” por Deus, para ser mãe do Salvador e participar de sua glória, pois o amor verdadeiro une para sempre.


Sua grandeza não vem do valor que a sociedade lhe confere, mas da maravilha que Deus opera nela. Um diálogo de amor entre Deus e a moça de Nazaré: ao convite de Deus responde o “sim” de Maria, e à doação de Maria na maternidade e no seguimento de Jesus, responde o grande “sim” de Deus, a glorificação de sua serva.


Em Maria, Deus tem espaço para operar maravilhas. Em compensação, os que estão cheios de si mesmos não deixam Deus agir e, por isso, são despedidos de mãos vazias, pelo menos no que diz respeito às coisas de Deus. O filho de Maria coloca na sombra os poderosos deste mundo, pois enquanto estes oprimem, ele salva de verdade.


Essa maravilha, só é possível porque Maria não está cheia de si mesma, como os que confiam no seu dinheiro e seu status. Ela é serva, está a serviço – como costumam fazer os pobres – e, por isso, sabe colaborar com as maravilhas de Deus. Sabe doar-se, entregar-se àquilo que é maior que sua própria pessoa.


A grandeza do pobre é que ele se dispõe para ser servo de Deus, superando todas as servidões humanas. Mas, para que seu serviço seja grandeza, tem que saber decidir a quem serve: a Deus ou aos que se arrogam injustamente o poder sobre seus semelhantes.


Consciente de sua opção, o pobre realizará coisas que os ricos, presos na sua auto-suficiência, não realizam: a radical doação aos outros, a simplicidade, a generosidade sem cálculo, a solidariedade, a criação de um homem novo para um mundo novo, um mundo de Deus.


A vida de Maria, a “serva”, assemelha-se à do “servo”, Jesus, “exaltado” por Deus por causa de sua fidelidade até a morte (Fl 2,6-11). O amor torna semelhantes as pessoas. Também a glória. Em Maria realiza-se, desde o fim de sua vida na terra, o que Paulo descreve na 2ª leitura: a entrada dos que pertencem a Cristo na vida gloriosa do pai, uma vez que o Filho venceu a morte.


Do livro "Liturgia Dominical", de Johan Konings, SJ, Editora Vozes
(fonte:www.franciscanos.org.br)

"Eu sou o Pão Vivo que desceu do céu" 09/08/09



Os interlocutores de Jesus não aceitam a sua pretensão de Se apresentar como “o pão que desceu do céu”.

Eles conhecem a sua origem humana, sabem que o seu pai é José, conhecem a sua mãe e a sua família; e, na sua perspectiva, isso exclui uma origem divina (vers. 41). Em consequência, eles não podem aceitar que Jesus Se arrogue a pretensão de trazer aos homens a vida de Deus.

Em lugar de discutir a questão da sua origem divina, Jesus prefere denunciar aquilo que está por detrás da atitude negativa dos judeus face à proposta que lhes é feita: eles não têm o coração aberto aos dons de Deus e recusam-se a aceitar os desafios de Deus…

O Pai apresenta-lhes Jesus e pede-lhes que vejam em Jesus o “pão” de Deus para dar vida ao mundo; mas os judeus, instalados nas suas certezas, amarrados às suas seguranças, acomodados a um sistema religioso ritualista, estéril e vazio, já decidiram que não têm fome de vida e que não precisam para nada do “pão” de Deus.

Não estão, portanto, dispostos, a acolher Jesus, “o pão que desceu do céu” (vers. 43-46). Eles não escutam Jesus, porque estão instalados num esquema de orgulho e de auto-suficiência e, por isso, não precisam de Deus.

Para aqueles que, efectivamente, O querem aceitar como “o pão de Deus que desceu do céu”, Jesus traz a vida eterna. Ele “é”, de facto, o “pão” que permite ao homem saciar a sua fome de vida (“Eu sou o pão da vida” – vers. 48).

A expressão “Eu sou” é uma fórmula de revelação (correspondente ao nome de Deus – “Eu sou aquele que sou” – tal como aparece em Ex 3,14) que manifesta a origem divina de Jesus e a validade da proposta de vida que Ele traz.

Quem adere a Jesus e à proposta que Ele veio apresentar (“quem acredita” – vers. 47) encontra a vida definitiva. O que é decisivo, neste processo, é o “acreditar” – isto é, o aderir efectivamente a Jesus e aos valores que Ele veio propor.Essa vida que Jesus está disposto a oferecer não é uma vida parcial, limitada e finita; mas é uma vida verdadeira e eterna.

Para sublinhar esta realidade, Jesus estabelece um paralelo entre o “pão” que Ele veio oferecer e o maná que os israelitas comeram ao longo da sua caminhada pelo deserto…

No deserto, os israelitas receberam um pão (o maná) que não lhes garantia a vida eterna e definitiva e que nem sequer lhes assegurava o encontro com a terra prometida e com a liberdade plena (alimentada pelo antigo maná, a geração saída da escravidão do Egipto nunca conseguiu apropriar-se da vida em plenitude e nem sequer chegou a alcançar essa terra da liberdade que buscavam); mas o “pão” que Jesus quer oferecer ao homem levará o homem a alcançar a meta da vida plena (vers. 49-50).

“Vida plena” não indica aqui, apenas, um “tempo” sem fim; mas indica, sobretudo, uma vida com uma qualidade única, com uma qualidade ilimitada – uma vida total, a vida do homem plenamente realizado.Jesus vai dar a sua “carne” (“o pão que Eu hei-de dar é a minha carne” – vers. 51) para que os homens tenham acesso a essa vida plena, total, definitiva. Jesus estará aqui a referir-se à sua “carne” física? Não. A “carne” de Jesus é a sua pessoa – essa pessoa que os discípulos conhecem e que se lhes manifesta, todos os dias, em gestos concretos de amor, de bondade, de solicitude, de misericórdia.

Essa “pessoa” revela-lhes o caminho para a vida verdadeira: nas atitudes, nas palavras de Jesus, manifesta-se historicamente ao mundo o Deus que ama os homens e que os convida, através de gestos concretos, a fazer da vida um dom e um serviço de amor.

(fonte: http://www.agenciaecclesia.pt/)
Pe. Joaquim Garrido, Pe. Manuel Barbosa, Pe. José Ornelas Carvalho
Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos)

O pão da multidão e a voz da Igreja



Em certa sociedade é comum ouvir-se críticas à ação social da Igreja e, muito mais, às suas declarações sobre a política econômica. Julga-se que a Igreja não deve tocar em assuntos “temporais”, mas ocupar-se com o “espiritual”. Mas aviolência, a impunidade, a falta de saúde e educação, a fome de grande parte da população não dizem respeito ao Reino de Deus que Jesus veio anunciar e inaugurar e que a Igreja pretende atualizar?

No domingo passado, Mc descreveu a chegada de Jesus diante da multidão: compadeceu-se deles, porque eram como ovelhas sem pastor. E começou a ensinar, com a conseqüência de que, no fim do dia, teve de alimentar a multidão. Hoje, para descrever esse gesto, a liturgia prefere dar a palavra ao evangelista João (evangelho), porque nos domingos seguintes vai continuar o “sermão do Pão da Vida”, que não está em Mc.

A maneira em que João apresenta a multiplicação dos pães salienta que Jesus não agiu surpreendido pelas circunstâncias (a hora avançada), mas porque ele quis apresentar pão ao povo (Jô 6,5-6) – para depois mostrar qual é o verdadeiro “pão”.

Se em Mc Jesus manda os discípulos distribuir o pão (exemplo para a Igreja), João diz que Jesus mesmo o distribui, para acentuar que o pão é o dom de Jesus. E, no fim, João menciona que o povo quer proclamar Jesus rei (messias), mas Jesus se retira, sozinho, na região montanhosa (Jô 6,14-15).

Este último traço é muito significativo. Jesus não veio propriamente para distribuir cestas básicas e ser eleito prefeito, para resolver os problemas materiais do povo. Isso é apenas um “sinal” que acompanha sua missão. Para resolver problemas materiais do povo há meios à disposição, desde que as pessoas ajam com responsabilidade e justiça. Mas para que isso aconteça, é preciso algo mais fundamental: que conheçam o Deus de amor e justiça que se revela em Jesus. E é para isso que Jesus vai pronunciar o sermão do Pão da vida, como veremos nos próximos domingos.

A preocupação social da Igreja deve pautar-se por essa linha. Para resolver os problemas econômicos e sociais não é preciso vir o Filho de Deus ao mundo. Os meios estão aí. O Brasil é rico; é só ter pessoas justas, sensíveis às necessidades do povo, para bem gerenciar essa riqueza. Mas a missão da Igreja é em primeiro lugar colocar os responsáveis diante da vontade de Deus, como Jesus fez. E criar uma comunidade em que as pessoas vivam como Jesus ensinou.

Isso não significa pregar ingenuamente a “boa vontade”, sem fazer nada que obrigue as pessoas a pô-la em prática. Somos todos filhos de Adão, portadores de pecado desde a origem. Quem diz que não tem pecado fala mentira (1Jo 1,8-10).

A boa vontade de usar bem os meios econômicos segundo a justiça social precisa de leis que funcionem, de mecanismos econômicos e de “estruturas” que os reproduzam, para amarrar essa boa vontade e realizações concretas.

Não é o papel da Igreja inventar e implantar tais mecanismos, assim como Jesus não se transformou em fornecedor de pão e de bem-estar. Mas a Igreja tem de mostrar o rosto de Deus, que é Pai de todos e deseja que nos tratemos como irmãos. E para isso ela não pode deixar de apontar quais são as responsabilidades concretas.

Do livro "Liturgia Dominical", de Johan Konings, SJ, Editora Vozes

"Um profeta só é desprezado na sua terra"


O texto do Evangelho repete uma ideia que aparece também nas outras duas leituras deste domingo: Deus manifesta-Se aos homens na fraqueza e na fragilidade.

Normalmente, Ele não se manifesta na força, no poder, nas qualidades que o mundo acha brilhantes e que os homens admiram e endeusam; mas, muitas vezes, Ele vem ao nosso encontro na fraqueza, na simplicidade, na debilidade, na pobreza, nas situações mais simples e banais, nas pessoas mais humildes e despretensiosas…

É preciso que interiorizemos a lógica de Deus, para que não percamos a oportunidade de O encontrar, de perceber os seus desafios, de acolher a proposta de vida que Ele nos faz…

Um dos elementos questionantes no episódio que o Evangelho deste domingo nos propõe é a atitude de fechamento a Deus e aos seus desafios, assumida pelos habitantes de Nazaré. Comodamente instalados nas suas certezas e preconceitos, eles decidiram que sabiam tudo sobre Deus e que Deus não podia estar no humilde carpinteiro que eles conheciam bem…

Esperavam um Deus forte e majestoso, que se havia de impor de forma estrondosa, e assombrar os inimigos com a sua força; e Jesus não se encaixava nesse perfil. Preferiram renunciar a Deus, do que à imagem que d’Ele tinham construído.

Há aqui um convite a não nos fecharmos nos nossos preconceitos e esquemas mentais bem definidos e arrumados, e a purificarmos continuamente, em diálogo com os irmãos que partilham a mesma fé, na escuta da Palavra revelada e na oração, a nossa perspectiva acerca de Deus.

Para os habitantes de Nazaré Jesus era apenas “o carpinteiro” da terra, que nunca tinha estudado com grandes mestres e que tinha uma família conhecida de todos, que não se distinguia em nada das outras famílias que habitavam na vila; por isso, não estavam dispostos a conceder que esse Jesus - perfeitamente conhecido, julgado e catalogado - lhes trouxesse qualquer coisa de novo e de diferente…

Isto deve fazer-nos pensar nos preconceitos com que, por vezes, abordamos os nossos irmãos, os julgamos, os catalogamos e etiquetamos…

Seremos sempre justos na forma como julgamos os outros? Por vezes, os nossos preconceitos não nos impedirão de acolher o irmão e a riqueza que Ele nos traz?

Jesus assume-Se como um profeta, isto é, alguém a quem Deus confiou uma missão e que testemunha no meio dos seus irmãos as propostas de Deus. A nossa identificação com Jesus faz de nós continuadores da missão que o Pai Lhe confiou.

Sentimo-nos, como Jesus, profetas a quem Deus chamou e a quem enviou ao mundo para testemunharem a proposta libertadora que Deus quer oferecer a todos os homens? Nas nossas palavras e gestos ecoa, em cada momento, a proposta de salvação que Deus quer fazer a todos os homens?

Apesar da incompreensão dos seus concidadãos, Jesus continuou, em absoluta fidelidade aos planos do Pai, a dar testemunho no meio dos homens do Reino de Deus. Rejeitado em Nazaré, Ele foi, como diz o nosso texto, percorrer as aldeias dos arredores, ensinando a dinâmica do Reino.

O testemunho que Deus nos chama a dar cumpre-se, muitas vezes, no meio das incompreensões e oposições… Frequentemente, os discípulos de Jesus sentem-se desanimados e frustrados porque o seu testemunho não é entendido nem acolhido (nunca aconteceu pensarmos, depois de um trabalho esgotante e exigente, que estivemos a perder tempo?)…

A atitude de Jesus convida-nos a nunca desanimar nem desistir: Deus tem os seus projectos e sabe como transformar um fracasso num êxito.

Pe. Joaquim Garrido - Pe. Manuel Barbosa - Pe. Ornelas CarvalhoProvíncia Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (dehonianos)

Solenidade de São Pedro e São Paulo


A Solenidade de São Pedro e São Paulo, celebrada desde tempos remotíssimos, ensina-nos que a Igreja, na qual cremos, está alicerçada sobre o fundamento dos apóstolos, consoante as palavras do próprio Cristo: “Quem vos ouve, a mim ouve”. Sim, a fé que hoje professamos, depois de dois mil anos, é a mesma professada pelos apóstolos escolhidos e enviados por Cristo.

O Espírito atua na Igreja de modo a torná-la, sob a proteção dos mesmos apóstolos colocados à sua frente e conduzida pelos seus legítimos sucessores, depositária e fiel mensageira do Evangelho da Vida.

Pedro e Paulo, cada qual a seu modo, contribuíram eficazmente para edificar a Casa de Deus neste mundo como sinal da Morada Eterna que nos é prometida em Cristo. Pedro, escolhido por Jesus para ser o chefe dos apóstolos e de toda a Igreja, soube apascentar as ovelhas e os cordeiros que lhe foram confiados, confirmando-lhes a fé com o derramamento do próprio sangue.

Paulo, agraciado com o dom da verdadeira conversão ao Evangelho, tornou-se, por disposição mesma do Senhor, o grande apóstolo dos gentios e o incomparável defensor da gratuidade da salvação, vindo, à semelhança de Pedro, a derramar o seu sangue como supremo testemunho da fé que tão zelosamente anunciava com muitas renúncias e provações.

Ao celebrarmos os dois insignes apóstolos, lembramo-nos naturalmente do Papa, a quem cabe, em primeiro lugar, guardar, defender, anunciar e testemunhar a fé que herdamos de Pedro e Paulo. Bento XVI é hoje o grande apóstolo do Evangelho que nos dá a Vida verdadeira.

Como sucessor de Pedro e herdeiro de seu carisma-ministério, preside hoje à caridade, apascentando com zelo os fiéis que lhe são confiados. Mas é também chamado, a exemplo de Paulo, a desgastar-se de todos os modos, a fim de que a Palavra de Deus atinja os corações e, assim, o mundo se renove na esperança que vem da firmeza de Deus. Bento XVI tem desempenhado muito bem seu ofício de propagador da fé e da beleza da salvação.

Notáveis são suas palavras e ensinamentos, carregados de profundo significado e sabedoria, dirigidos para um mundo aparentemente mais distante de Cristo e da sua Igreja. Os ensinamentos do Papa são capazes de interpelar as consciências e fazê-las pensar, e a Igreja, sem dúvida, tem sido levada, com Bento XVI, a aprofundar-se no conhecimento de suas raízes.

Que São Pedro e São Paulo intercedam sempre pela Igreja que lhes custou o sangue, proteja o Santo Padre Bento XVI e alcancem para todos nós a graça de sermos discípulos missionários de Jesus Cristo na aurora do século XXI!

Dom Eurico dos Santos Veloso
(fonte: http://www.cnbb.org.br/)

Maior que a tempestade: “quem é este?”

O evangelho conta a história da tempestade acalmada. Imaginemos a cena: a tempestade levantando ondas que cobrem o barco com os discípulos – e Jesus, dormindo... Quando o acordam, Jesus conjura os ventos e o mar, e vem a calmaria.

Jesus censura-lhes a falta de fé, e eles perguntam: “Quem é este, a quem o vento e o mar obedecem?”(Mc 4,41). Aos fiéis presentes na celebração a resposta já foi dada na 1ª leitura (Jó, 38, 1.8-11) e no salmo de meditação que a acompanha (Sl 107 [106]: quem manda na tempestade e no mar é Deus ou aquele que age com seu poder. Jesus se revela através de seu poder soberano, divino. Por isso, ele pode dormir tranqüilo no barco atormentado pelas ondas, como também pode levantar-se para acalmar o mar.

Essa história é muito instrutiva. Em primeiro lugar: a tempestade. Quando tudo está tranqüilo em torno de nós, temos a tendência de confiar em nossas próprias forças, seguros de que “tudo vai dar certo”. E Deus fica sobrando. Mas quando surge uma tempestade, percebemos que nossas forças são pequenas e pouco fidedignas. Então recorremos a Deus, não tanto por amor a ele quanto por amor à nossa pele. Pouco importa. O importante é descobrirmos que nossa vida está nas mãos dele.

Na tempestade, Deus surge com poder (Sl 65[64], 8). Quando de repente nos vemos entregues às contradições da vida e da história, importa lembrarmo-nos daquele a quem o vento e o mar obedecem: não só Deus, mas Jesus de Nazaré, nosso guia. Mas o melhor é nunca o esquecer e tê-lo sempre diante dos olhos. Enquanto não percebemos sua presença e o poder que está nele, temos medo, ainda não temos fé (Mc 4,40).

E que fé é essa? Fé para ter proteção, cura, bem-estar? Claro que a gente espera tudo isso de Deus. Mas isso passa por uma pessoa com nome e sobrenome. Perguntamos: “Quem é este”? Damos crédito a ele, por causa do poder que manifesta. Mas seu gesto maior não é um gesto de poder, e sim, de entrega da própria vida. A fé por causa do poder é apenas um aperitivo para que acreditemos no Crucificado.

A tempestade acalmada vem no início da caminhada de Jesus; no fim, estão a cruz e a ressurreição. Assim, nas aflições da vida, procurando segurança em Deus, encontramos Jesus diante de nós, poderoso, sim, mas isso, em última instância, por meio da cruz, por meio de sua doação por amor. Aí, ele revela o poder maior de Deus em sua pessoa. Reconhecendo isso, teremos confiança para enfrentar as tempestades de nossa história.

Do livro "Liturgia Dominical", de Johan Konings, SJ, Editora Vozes
fonte: www.franciscanos.org.br



A festa de Corpus Christi


Aproxima-se a festa do Corpo de Cristo: do pão partido, do pão dado, da vida oferecida em resgate pela salvação do mundo. A Igreja Católica celebra nesta festa tão importante de sua liturgia o mistério da Eucaristia que nos diz que o pão que partimos e o vinho que bebemos se transformam, pela ação do Espírito Santo na consagração da missa, no corpo e sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo.

A festa de Corpus Christi tem também um alcance social, além de religioso. Adorar o corpo de Cristo presente na Eucaristia nos obriga a respeita-lo, cuida-lo e servi-o nos corpos muito reais e concretos dos outros ,irmãos e irmãs de humanidade, filhos do mesmo Pai, da mesma raça daquele que confessamos e proclamamos presente e vivo na Eucaristia que nos alimenta e nos fortalece.

O corpo significa ao mesmo tempo Vida e Morte, o normal e o patológico, o sagrado e o profano, o puro e o impuro. As práticas corporais são ritos que imprimem ao ser humano uma certa consciência visceral do mundo, altamente estruturada, codificada, rigorosa e socializada, em que as possibilidades de escolha são limitadas a mínimos parâmetros, porque qualquer liberdade é altamente significativa e põe em risco a totalidade do sistema de ordenação do mundo.

Cada tradição lida com seus ritos sobre o corpo, interditando-o ou não. Convivemos aqui com diferentes formas de lidar com ele, em função das crenças religiosas, que geram valores , atitudes e estabelecem toda a ordem e a contra-ordem social. São representações sociais diversas.

A sociedade codifica o corpo e as codificações do corpo codificam a sociedade. São codificações lógicas e morais.

O mal estar contemporâneo em relação ao corpo se caracteriza principalmente como dor e não como sofrimento. Vale dizer, a subjetividade atual não consegue mais transformar dor em sofrimento, estando aqui a sua marca diferencial e inconfundível. É preciso reconhecer aqui, antes de tudo, que a dor é uma experiência em que a subjetividade se fecha sobre si própria, não existindo qualquer lugar para o outro no seu mal-estar.

Assim, a dor é uma experiência marcadamente solipsista, restringindo-se o indivíduo a si mesmo, não revelando este então qualquer dimensão alteritária. A interlocução com o outro fica assim coartada na dor, que se restringe a um murmúrio e a um mero lamento, por mais aguda e intensa que seja aquela. Daí a passividade que domina sempre o indivíduo quando algo em si dói, esperando que alguém tome uma atitude por si na sua dor.

Se isso não ocorre esta pode mortificar o corpo do indivíduo, minando sua corporeidade e forjando sempre o vazio da auto-estima.

Ou, então, a dor pode fomentar as compulsões e a violência, maneira imaginária que são estas de descarga atabalhoada daquilo que dói. Imersa que fica na dor, portanto a subjetividade contemporânea se evidencia como essencialmente narcísica, não se abrindo para o outro, de forma a poder dirigir para este um apelo.

Para os que temos fé, para os que cremos que o corpo e o sangue de Jesus Cristo são verdadeiramente nossa comida e bebida, esta violência com relação aos corpos humanos é inaceitável e nos conclama a uma ação conjunta e solidária. Nossa corporeidade não é solitária, lugar simplesmente do depressivo, do patológico, do narcisismo ou lugar da descarga da violência e da barbárie.

Mas é, fundamentalmente, lugar da comunicação e da presença no mundo, lugar da oblação; lugar do respeito, da reverência e do serviço; lugar da entrega até a morte, lugar da experiência do amor.

Autora: Maria Clara Lucchetti Bingemer

Comunidades participantes da Trezena/2009

Clique na imagem para ver a Programação Litúrgica da Trezena/2009

Shows confirmados para a Trezena/2009

Clique na imagem abaixo para ver a programação de
Shows da Trezena/2009

Trezena de Santo Antonio (individual ou em família)

  • (Obs.: existem várias fórmulas propostas para a Trezena de Santo Antonio. Está é UMA delas, não a única. Vale dizer que o ideal é participar da Santa Missa onde se celebra a Trezena, todos os dias)

1º Dia - Santo Antônio, mestre do Evangelho

SINAL DA CRUZ

PALAVRA DE DEUS: "Não só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus".

PALAVRA DO SANTO: "São os pobres, os simples, os humildes, que têm fome e sede da palavra da Vida".

ORAÇÃO: Senhor, a vossa palavra é o alimento de nosso espírito e a luz em nosso caminho. Abri nosso coração para acolhê-la, nossa mente para entendê-la e motivai nossa vontade para praticá-la. Por intercessão de Santo Antônio, Mestre do Evangelho, fazei que consigamos orientar nossa vida pessoal, familiar e comunitária com a verdade libertadora de vossa palavra. Amém!

PAI-NOSSO... AVE-MARIA... GLÓRIA AO PAI...

2º Dia - Santo Antônio, mestre da oração

SINAL DA CRUZ

PALAVRA DE DEUS: "Tudo o que pedirdes com fé na oração, vós alcançareis" (Mt. 21,22).

PALAVRA DO SANTO: "A pessoa reza quando adere a Deus no amor e, em certo sentido, fala com Deus de maneira familiar e devota".

ORAÇÃO: Senhor, nós somos necessitados de mais vida e reconhecemos que vós sois a fonte de todos os bens. A vós recorremos na oração para nos manter em sintonia convosco. De coração arrependido, pedimos perdão de nossos pecados. De coração agradecido, vos louvamos pelas vossas maravilhas em favor da vida. Com Santo Antônio, mestre da oração, estamos em vossa presença como filhos. Amém!

PAI-NOSSO... AVE-MARIA... GLÓRIA AO PAI...

3º Dia - Santo Antônio, mestre da verdade

SINAL DA CRUZ

PALAVRA DE DEUS: "Aquele que pratica a verdade, vem para a luz. Torna-se assim claro que as suas obras são feitas em Deus" (Jo 3,21).

PALAVRA DO SANTO: A verdade convence e "nossa linguagem é penetrante quando é nosso agir que fala".

ORAÇÃO: Ó Santo Antônio, homem cheio de sabedoria, que através de teus ensinamentos, foste uma luz para a Igreja, ilumina o nosso caminho com a verdade do Evangelho e ensina a nossa sociedade a distinguir o bem do mal, para que jamais nos deixemos envolver pelas trevas do erro e da mentira. Por Cristo, na unidade do Espírito Santo. Amém!

PAI-NOSSO... AVE-MARIA... GLÓRIA AO PAI...

4º Dia - Santo Antônio modelo de fé

SINAL DA CRUZ

PALAVRA DE DEUS: Os apóstolos disseram ao Senhor: "Aumenta-nos a fé!" Disse o Senhor: "Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e transplanta-te no mar, e ela vos obedecerá". (Lc 17,5-6)

PALAVRA DO SANTO: "Para o cristão, crer em Deus não significa tanto acreditar que Ele é verdadeiro e fiel; significa sim acreditar amando".

ORAÇÃO: Senhor, nós vos agradecemos pelo dom da fé que nos faz ver além das aparências as pessoas e os fatos. Fazei que nos dediquemos continuamente no crescimento da fé, pelo conhecimento da vossa palavra, pela oração e pela busca sincera da verdade. Que o exemplo de Santo António nos ajude a viver uma fé sincera e corajosa, forte e segura. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo. Amém!

PAI-NOSSO... AVE-MARIA... GLÓRIA AO PAI...

5º Dia - Santo Antônio modelo de esperança

SINAL DA CRUZ

PALAVRA DE DEUS: "A tribulação produz a paciência, a paciência prova a fidelidade e a fidelidade comprovada produz a esperança. E a esperança não decepciona" (Rm 5, 4-5).

PALAVRA DO SANTO: "A esperança é a expectativa dos bens futuros... Ao desesperado falta a coragem para progredir".

ORAÇÃO: Senhor, como faz bem ter esperança e cultivar a esperança. Em vós nossas esperanças sempre encontram resposta. E a cada resposta que vem de vós, nasce uma nova esperança. Nós vos pedimos, Senhor, que nosso coração seja fortalecido pela virtude da esperança e que nosso olhar se fixe lá onde se encontram as verdadeiras e eternas alegrias. Com Santo Antônio, renovai nossas esperanças em Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo. Amém!

PAI-NOSSO... AVE-MARIA... GLÓRIA AO PAI...

6º Dia - Santo Antônio modelo de amor

SINAL DA CRUZ

PALAVRA DE DEUS: "O meu mandamento é este: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei. Não existe maior amor do que dar a vida pêlos amigos" (Jo 15,13).

PALAVRA DO SANTO: "Existe um só amor para com Deus e para com o próximo. Este é o Espírito Santo, porque Deus é Amor".

ORAÇÃO: Senhor, vós sois amor revelado na Trindade. Por amor nos criastes e por amor nos sustentais. No amor nos salvastes e no amor nos destes o primeiro e o maior de todos os mandamentos. Com Santo António, modelo de amor, possamos nos dedicar ao vosso serviço, no serviço dos irmãos. Senhor, que vosso amor se torne sempre mais a grande força transformadora do mundo. Por Cristo, na unidade do Espírito Santo. Amém!

PAI-NOSSO... AVE-MARIA... GLÓRIA AO PAI...

7º Dia - Santo Antônio e Jesus Cristo

SINAL DA CRUZ

PALAVRA DE DEUS: "Jesus Cristo é sempre e o mesmo: ontem, hoje e por toda a eternidade. Não vos deixeis desviar por doutrinas estranhas" (Hb 13, 8-9)

PALAVRA DO SANTO: "Ele veio para ti para poderes ir a Ele".

ORAÇÃO: Senhor, vós revelastes o vosso amor, vossa bondade, vosso perdão e vossa imagem em Cristo Jesus. Fazei que possamos reconhecê-lo e amá-lo, segui-lo e indicá-lo sempre aos nossos irmãos, pelo exemplo de vida, por nossas boas obras e pela nossa palavra. Por intercessão de Santo António, fazei que nossa fé seja sempre mais viva e nossa missão sempre mais corajosa e fiel. Amém!

PAI-NOSSO... AVE-MARIA... GLÓRIA AO PAI...

8º Dia - Santo Antônio e o Espírito Santo

SINAL DA CRUZ

PALAVRA DE DEUS: "O Espírito Santo, que o Pai vai enviar em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos lembrará tudo o que eu vos disse". (Jo 14,26)

PALAVRA DO SANTO: "Em contato com o Espírito Santo, a alma vai, pouco a pouco, perdendo suas manchas, sua frieza, sua dureza e transformando-se totalmente naquele fogo aceso nela".

ORAÇÃO: Ó Deus, vosso Espírito criou do nada todas as coisas; tornou-se a força dos profetas e a coragem dos mártires. Pelo Espírito Santo, vosso Filho foi concebido no seio de Maria e por ele nasceu a Igreja no mundo. Vosso Espírito fez de António o santo de todos os povos e o pregador de vossa Palavra. Que sua luz nos ilumine sempre e nos transforme, de pecadores que somos, em santos para vossa glória. Amém!

PAI-NOSSO... AVE-MARIA... GLÓRIA AO PAI...

9º Dia- Santo Antônio e Maria

SINAL DA CRUZ

PALAVRA DE DEUS: "Maria, Tu és feliz porque acreditastes, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas"(Lc 1,45).

PALAVRA DO SANTO: "O Senhor criou o paraíso terrestre e colocou nele o homem, para que o cultivasse e o guardasse: infelizmente, Adão o cultivou mal. Foi então necessário que Deus plantasse outro paraíso, muitíssimo mais belo: Nossa Senhora".

ORAÇÃO (De Santo Antônio): Rainha nossa, insigne Mãe de Deus, nós te pedimos: faze com que nossos corações fiquem repletos da graça divina e resplandeçam de alegria celeste. Fortalece-os com a tua fortaleza e enriquece-os de virtudes. Derrama sobre nós o dom da misericórdia, para que obtenhamos o perdão de nossos pecados. Ajuda-nos a viver de modo a merecer a glória e a felicidade do céu. Amém!

PAI-NOSSO... AVE-MARIA... GLÓRIA AO PAI...

10º Dia - Santo Antônio e a Eucaristia

SINAL DA CRUZ

PALAVRA DE DEUS: "Eu sou o pão da vida: aquele que vem a mim não terá fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede" (Jo 6,35).

PALAVRA DO SANTO: "No altar, sob as aparências de pão e de vinho, está presente o próprio Jesus, vivo e glorioso, revestido daquela carne humana com que outrora ele se ofereceu e ainda hoje continua se oferecendo todos os dias como vítima ao divino Pai".

ORAÇÃO: Senhor Jesus Cristo, que na Eucaristia nos deixastes o memorial da vossa Páscoa, concedeinos a graça de que este mistério do vosso Corpo e do vosso Sangue realize a redenção e transforme a nossa vida numa comunhão sempre mais plena convosco e com os irmãos. Vós que viveis e reinais na unidade do Espírito Santo. Amém!

PAI-NOSSO...AVE-MARIA...GLÓRIA AO PAI

11º Dia - Santo Antônio e a Cruz

SINAL DA CRUZ

PALAVRA DE DEUS: "Quem não toma a sua cruz e não me segue não é digno de mim (Mt 10,38)

PALAVRA DO SANTO: "O Cristão deve apoiar-se na Cruz de Cristo, como o peregrino se apoia no bastão quando empreende uma longa viagem... Dirijamos nossos olhares a Jesus, nosso Senhor, pregado na Cruz da Salvação".

ORAÇÃO: Senhor, o vosso amor se manifesta de infinitos modos, mas o maior gesto de amor ficou selado na Cruz redentora de vosso Pilho. "Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus". Senhor, a Cruz também foi assumida por Santo Antônio e anunciada como o grande sinal da Ressurreição. Dai-nos fé e coragem para tomá-la a cada dia e seguir-vos na doação pêlos irmãos. Amém!

PAI-NOSSO...AVE-MARIA...GLÓRIA AO PAI

12º Dia - Santo Antônio e a missão

SINAL DA CRUZ

PALAVRA DE DEUS: "Vos sois o sal da terra... Vós sois a luz do mundo... Que a vossa luz brilhe diante dos homens para que eles vejam as boas obras e louvem o Pai que está no céu" (Mt 5, 13-16).

PALAVRA DO SANTO: "O fiel Cristão, iluminado pelo resplendor de Cristo, deve emitir centelhas de palavras e exemplos para, com eles, inflamar o próximo".

ORAÇÃO: Senhor, vós nos criastes sem nós, mas sem nós não nos salvareis. Como aconteceu com Santo António, fazei que entendamos a nossa missão neste mundo, junto a nossa família e a nossa comunidade. Que ninguém de nós passe por este mundo na indiferença e na omissão. Com vossa ajuda e a proteção de Santo António possamos produzir frutos de justiça e de paz, de fraternidade e amor, em Cristo, na unidade do Espírito Santo. Amém!

PAI-NOSSO...AVE-MARIA... GLÓRIA AO PAI

13º Dia - Santo António e à eternidade

SINAL DA CRUZ

PALAVRA DE DEUS: "Não se perturbe o vosso coração. Credes em Deus; crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se não fosse assim, eu vos teria dito; pois eu vou preparar-vos um lugar" (Jo 14, 1-2).

PALAVRA DO SANTO: "Então teus olhos serão realmente saciados, porque verás aquele que tudo vê... Então tua alma será realmente uma rainha, ela que agora é uma escrava aqui no exílio; teu corpo ficará repleto de felicidade e tua alma será glorificada. Teu coração dilatar-se-á numa alegria indescritível".

ORAÇÃO: Senhor, Deus da vida, vós nos criastes para vós, e o nosso coração estará inquieto até que em vós não repouse. Concedei-nos a graça de caminhar decididos rumo à Pátria celeste
para a qual nos dirigimos, sem esquecer o bem que nos cabe realizar nesta vida para obtermos a vida eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!

PAI-NOSSO...AVE-MARIA...GLÓRIA AO PAI

Autor: Frei Luís S. Turra, capuchinho (extraído do livro "Santo Antônio de Pádua, homem do Evangelho, confidente do povo).
Fonte: http://www.franciscanos.org.br/

"O Senhor cooperava com eles"


Depois da ressurreição, Jesus deixou sua missão terrena e subiu aos céus, confiando sua missão aos seus. E “o Senhorcooperava com eles” (evangelho).

Depois da Páscoa, tudo mudou. Antes, Jesus era o profeta rejeitado; depois, ele apareceu entrando na glória do Pai – que assim mostrou aos discípulos que Jesus teve razão naquilo que ensinou e realizou.

Antes, Jesus chamava os discípulos para serem seus colaboradores; depois, ele é quem “coopera com eles”, pois agora sua obra está nas mãos deles.

O Ressuscitado mandou os discípulos anunciar a Boa Nova e lhes prometeu forças extraordinárias para cumprirem sua missão. Quem se empenha corpo e alma pela causa de Deus faz maravilhas, enquanto o acomodado não consegue nada.

Movidos pelo amor ao Senhor, os apóstolos se jogaram na pregação, e coisas inimagináveis aconteceram. Ficamos maravilhados ao ler de que foram capazes um José de Anchieta, uma Madre Teresa de Calcutá...

A festa da Ascensão nos ensina a fazer de Jesus realmente o Senhor de nossa vida e a arriscar tudo para levar sua missão adiante – realizando o que parecia impossível. Pois ele coopera.

Coopera de modo extraordinário. Não que o extraordinário em si seja uma prova da divindade. No tempo de Moisés havia os feiticeiros do Egito e no tempo dos apóstolos, os taumaturgos judeus e pagãos.

O extraordinário, de per si, é ambíguo, alimenta o sensacionalismo, o “Fantástico”na televisão etc. Ora, na pregação, o extraordinário tem valor de sinal quando mostra que o Espírito do Ressuscitado impulsiona o mensageiro, quando faz reconhecer Jesus como o Senhor e como aquele que coopera com aqueles que estão a seu serviço – como aquele que tem força para mudar o mundo, quando os seus se empenham por isso.

Mas esse poder não serve para glória própria. Serve para o amor, para o projeto pelo qual Jesus deu a vida. Jesus não veio para conquistar o poder, mas para servir e dar a vida pela humanidade.

Veio para manifestar o amor de Deus. Se manifesta o poder de Jesus-Senhor, a evangelização deve, antes de tudo, demonstrar o amor de Jesus-Servo. O extraordinário, na evangelização, serve para manifestar que o amor de Deus, tornado visível em Jesus, tem a última palavra.

Atualizando, poderíamos considerar coisas que são, nesse sentido, extraordinárias: a transformação das estruturas de nossa sociedade, enferrujada em seu egoísmo; a vitória da justiça sobre a corrupção; a vitória da solidariedade e da dignidade humana sobre as muitas formas de vício e degeneração...

Há grupos religiosos que exibem mais “milagres” do que nós, católicos. Será que por isso devemos apostar mais nas coisas sensacionais? O extraordinário é um sinal, não a causa mesma que está em jogo. É bom ter sinais, mas o mais importante é que a causa seja apresentada na sua integridade. E essa causa é o amor de Cristo que nos impulsiona. Extraordinário mesmo é o que, nas circunstâncias mais contrárias, fala desse amor. Aí, “Ele” aparece cooperando conosco.

Do livro "Liturgia Dominical", de Johan Konings, SJ, Editora Vozes
(fonte: www.franciscanos.org.br)

"Permanecei em mim"



Homilia do 5º Domingo da Páscoa - Pe. Luiz Carlos de Oliveira

Estar em Cristo é produzir frutos

Pela Ressurreição recebemos a Vida que é nossa união a Ele. Jesus no-lo explica através da comparação da videira.

Essa comparação é comum no Antigo Testamento. O povo é a videira que Deus "tirou do Egito e expulsou nações para plantá-la" (Sl 80,8). O povo era comparado à videira. Jesus aplica a comparação a si: "Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor" (Jo 15,1).

Eu SOU está sempre a indicar a divindade que possui com o Pai e nos dá. Participamos de sua própria vida como o ramo da videira tem a vida da planta. O ramo só produz fruto se estiver unido, e morre se estiver desligado. Aceitar Jesus é princípio de união. Notemos também que a planta produz frutos pelos ramos.

Este é o sentido da comunicação da vida divina que é a finalidade da Vida, Morte e Ressurreição de Jesus. Deus quis se comunicar através do Filho e levar-nos a participar de sua Vida através do Filho. Permanecer em Cristo é amar, como veremos no próximo domingo. A SSma. Trindade é a fonte deste amor.

Nossa vida cristã depende dessa união: "Sem mim nada podeis fazer" (Jo 15,5), isto é, os frutos que produzimos vêm da união a Cristo. Notemos que a vida espiritual é uma vida que nasce de Deus e depois produz frutos.

Temos esta vida porque guardamos o mandamento de Deus que é crer em Jesus e amar os irmãos: "Quem guarda os seus mandamentos permanece com Deus e Deus permanece com Ele.

Que Ele permanece conosco, sabemo-lo pelo Espírito que nos deu" (1Jo 3,24). O Espírito, que é Vida, garante-nos. Se permanecermos unidos a esta Vida, somos atendidos em nossa oração: "Pedi o que quiserdes e vos será dado"(Jo 15,7). Paulo é o exemplo do fruto desta união com Cristo. Nele a fé em Jesus produziu frutos (At 9,26-31)

Não permanecer unido é morrer

"Quem não permanecer em mim, será lançado fora como o ramo e secará. Tais ramos são recolhidos, laçados no fogo e queimados" (Jo 15,6).

Estar unido a Cristo é questão de vida, pois nele temos a fonte de toda energia. Permanecer é estar na graça de Deus. Estar unido é produzir fruto. Não produzir é sinal de morte. A questão do pecado não está na falta que cometemos, mas no mal que nos faz estarmos separados de Cristo.

A paixão que temos por Ele nos levará a tudo fazer para não perdê-lo. Por isso é preciso ter compromisso e a ousadia de amar para viver unido entre nós e a Ele. Amar, não somente com palavras e de boca, mas com ações e de verdade (1Jo 3,18). Religião não é dizer, mas fazer a obra da fé que é o amor. Jesus pede que estejamos unidos entre nós, o que é fruto do amor (Jo 17,21).

Quem produz é podado

Quem ama sofre, pois o amor exige renúncia. É perder para ganhar. Por isso Jesus já mostra que, estar unido a Ele é ter que suportar as podas para produzir mais frutos. Poda é graça. Existe a poda seca que retira o que não serve mais e a poda verde que é a limpeza dos brotos novos.

Não nos preocupemos de perder até coisas boas, pois o Espírito conduz a mão do podador. Deus ama e se alegra com os filhos, pois isso os educa. Podemos ficar tranqüilos, pois "se nosso coração nos acusa, Deus é maior que nosso coração e conhece todas as coisas" (1Jo 3,20). Se quisermos crescer necessitamos desta conversão.

(fonte: www.tvaparecida.com)

O Bom Pastor dá sua vida


O tema central da liturgia de hoje (evangelho) é a alegoria do Bom Pastor (como sempre no 4° domingo pascal).


Na primeira parte da alegoria, lida no ano A, Jo comparou Jesus com a porta do redil, porta pela qual entra o pastor e pela qual sai o rebanho conduzido pelo pastor. Quem não entra pela porta que é Jesus não é pastor, mas assal­tante.


Na segunda parte, lida hoje, Cristo é o próprio pastor, em oposição aos mercenários: imagens tomadas de Ez 34. Os mercenários não dão sua vida pelo rebanho.
Jesus, sim. Todo mundo entende esta comparação. O sentido é obvio: Jesus deu, na cruz, sua vida por nós.


Para Jo, porém, ela esconde um sentido mais profundo: a vida que Jesus dá não é apenas a vida física que ele perde em nosso favor, mas a vida de Deus que ele nos comunica (exatamente ao perder sua vida física por nós).


Esta idéia constitui a ligação com a imagem precedente (a porta): em Jo 10,10b, Jesus diz que ele veio para "dar a vida", e dá-la em abundância; e continua, em 10,11, apontando sua própria vida como sendo esta vida em abundância que ele dá.


Nos v. 17-18 aparece, então, que ele dá essa vida com soberania divina (ele tem o poder de retomá-la; ninguém lha rouba): doando-se por nós, nos faz participar da vida divina, porque entramos na comunhão do amor de Jesus e daquele que o enviou (estas idéias são elaboradas em Jo 14-17, esp. 15,10.13; 17, 2.3.26 etc.).


A vida que Jesus nos dá é o amor do Pai, que nos faz viver verdadeiramente e nos torna seus filhos.


Já agora temos certa experiência disso, a saber, na prática deste amor que nos foi dado. Mas essa experiência é ainda inicial; manifestar-se-á plenamente quando o Cristo for completamente manifestado na sua glória: então, seremos seme­lhantes a ele. Desde já, nossa participação desta vida divina nos coloca numa situação à parte: na comunidade do amor fraterno, que o mundo não quer conhecer e, por isso, re­jeita (1Jo 3,lc). É a "diferença cristã" (2ª leitura).



Porém, a diferença cristã não é fechada, mas aberta. É uma identidade não au­to-suficiente, mas comunicativa. Jo insiste várias vezes neste ponto: Jesus é a vítima de expiação dos pecados não só de nós, mas do mundo inteiro (1Jo 2,2); Jesus tem ainda outras ovelhas, que não são "deste redil" (10 10,16). O amor, que é a vida divina comunicada pelo Pai na doação do Filho, verifica-se na comunidade dos fiéis batizados, confessantes e unidos.


Mas não se restringe a essa comunidade. Não só porque existem ou­tras comunidades, mas porque a salvação é para todos. A atuação dos primeiros cristãos em Jerusalém (1ª leitura) deve ser entendida neste mesmo sentido. Formam uma comunidade que, sociologicamente falando, pode ser caracterizada como seita. Porém, não é uma seita auto-suficiente, mas transbordan­te de seu próprio princípio vital, o "nome" de Jesus Cristo (= toda a realidade que ele representa).


Quando um aleijado, na porta do templo, dirige a Pedro seu pedido de aju­da, este comunica-lhe o "nome" de Jesus (At 3,6). Daí se desenvolve todo um testemu­nho (narrado na liturgia de domingo passado). Este testemunho leva à intervenção das autoridades, sempre desconfiadas dos pequenos grupos testemunhantes.


Pedro e João são presos e levados diante do Sinédrio, que pergunta em que nome eles agem assim. "No nome de Jesus Cristo Nazareno, crucificado por vós, mas ressuscitado por Deus ... Em nenhum outro nome há salvação, pois nenhum outro nome foi dado sob o céu por quem possamos ser salvos" (At 4,10-12; cf. Jo 17,3: "A vida eterna é esta: que te conheçam ... e àquele que tu enviaste").


É essa a conclusão do sinal do aleijado da Porta Formosa: a cura que lhe ocorreu significava a "vida" em Jesus Cristo. Esta deve tam­bém ser a conclusão de todo agir cristão no mundo: dar a vida de Cristo ao mundo, pelo testemunho do amor. Tal testemunho convida a participar do amor do qual Jesus nos fez participar, dando sua vida "por seus amigos". Isto é pastoral.


Do livro "Liturgia Dominical", de Johan Konings, SJ, Editora Vozes
(fonte: http://www.franciscanos.org.br/)

"Cristo vive!" Cremos na Ressurreição?



As comunidades do mundo grego, para a quais S. Lucas escrevia, tinham dificuldade em crer na Ressurreição de Jesus, sobretudo porque havia filosofias que desprezavam o corpo humano. Queriam um Jesus só espiritual.

Por isso vemos a insistência sobre o corpo do Ressuscitado. Jesus tinha carne e ossos e podia ser tocado. A Palavra de Deus insiste: "Vede minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! Tocai em mim e vede! Um fantasma não tem carne nem ossos, como estais vendo que eu tenho" (Lc 24,39).

Como não podiam acreditar, Ele pergunta: "Tendes alguma coisa para comer? Deram-lhe um pedaço de peixe assado. Ele o tomou e comeu diante deles" (v. 41-43). A alegria e a surpresa era tão grandes que não conseguiam acreditar (v.41).

Então Jesus abriu-lhes a inteligência para entenderem as Escrituras (v.45). O evangelista mostra-nos que a Ressurreição é um fato e não uma idéia. Por isso diz tocar, ter carne e osso, comer peixe assado, mostrar o lugar dos cravos. Ele é aquele que foi crucificado.
Agora é ressuscitado. Em nossa condição humana quem domina é a matéria. Usamos os sentidos e o corpo. Na condição de ressuscitado Jesus tem corpo, mas é o corpo espiritualizado. Quem domina é o Espírito de Deus com os sentidos espirituais.

A matéria foi transformada. É o mesmo corpo que não tem a condição material. Para o corpo espiritual não existe espaço, lugar e tempo que são coisas da matéria. Por que não aparece hoje do mesmo modo?

Não é necessário, pois a fé o torna real na comunidade. Pela ação do Espírito Santo abre nossos olhos. Estamos apoiados nestas testemunhas. Sem a presença do Ressuscitado na comunidade, ela perde o sentido.

Conversão para o perdão

Jesus abre a inteligência dos apóstolos para compreenderem o que nas Escrituras estava dito sobre Ele: "O Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia e no seu nome serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações" (v.46-47).

A manifestação do Ressuscitado tem também a finalidade de levar a todos a finalidade de sua Vida, Morte e Ressurreição: "A conversão e o perdão dos pecados". Por isso João na sua carta escreve: "Escrevo para que não pequeis. Mas, se alguém pecar, temos, junto do Pai um defensor, Jesus Cristo, o Justo" (1Jo 2,1).

Jesus continua a expiar nossos pecados. Já o fez uma vez por todas e agora aplica a remissão a cada um. Rezamos no prefácio: "Ele continua a oferecer-se pela humanidade e junto de vós é nosso eterno intercessor. Converter é conhecer a Deus e observar os mandamentos.

Pe. Luiz Carlos de Oliveira
(fonte: www.santuarionacional.com)

A comunidade que nasceu da Páscoa




Este domingo pascal acentua o dom do Espírito pelo Cristo Ressuscitado. O evangelho narra com Jesus, na própria tarde da Páscoa, apareceu aos discípulos no cenáculo, dando-lhes o Espírito Santo; e como, no domingo seguinte, Jesus mostrou seu lado aberto a Tomé, testemunha da primeira hora, mas proclamando felizes, doravante, os que acreditarem sem ter visto (v. 29)

Queremos deter-nos no tema do dom do Espírito e a vida da comunidade. O dom do Espírito serve em primeiro lugar para perdoar o pecado (v. 22-23). Pois os discípulos continuam a obra que Jesus iniciou: na primeira apresentação por João Batista, Jesus fora chamado “o cordeiro que tira o pecado do mundo” (Jô 1,29).

A reconciliação com Deus e entre os irmãos é condição necessária para que seja possível a comunidade que Jesus deseja.

Na 1ª leitura vemos como essa comunidade funciona. Continuando a reunir-se, depois da morte e ressurreição de Jesus, e animada por seu Espírito, procurava viver em unidade perfeita: um só coração e uma só alma. Colocavam seus bens em comum, ninguém considerava seu o que possuía, e assim não havia carência no meio deles. Comunhão dos bens materiais mas também dos bens intelectuais, afetivos, espirituais.

O que chamamos de “fraternidade”era realidade entre eles. Não era uma mera agremiação piedosa. Era uma união de vida.

Comunidade cristã é união de vida dos que seguem aquele que deu a vida por nós, Jesus Cristo. Ele nada guardou para si. Nós também, não devemos guardar para nós nada dos bens que nos foram dados – tanto materiais como intelectuais, morais etc.

Somos administradores, não proprietários, e isso é uma razão a mais para sermos muito responsáveis naquilo que fazemos: não nos pertence. Pertence a Deus e é destinado aos nossos irmãos e irmãs. Assim como Cristo deu sua própria vida em sinal do amor de Deus, assim também nós devemos dar a vida pelos irmãos (1Jo 3,16). Dar a vida, vivendo ou morrendo...morrendo de uma morte que em Cristo se transforma em vida.

Essa vida de comunhão, é obra do Espírito de Cristo, que é o sopro de Deus que ressuscitou Jesus dentre os mortos. Podemos também dizer que o Espírito de Deus faz ressuscitar em nós a vida que Jesus viveu. Foi isso que experimentaram os primeiros cristãos, e é isso que a Igreja sempre terá de vivenciar. Não o egoísmo de uma instituiçã fechada sobre si mesma e de cristãos só de nome, mas uma comunhão de irmãos e irmãs, que contagia o mundo.

Essa é a nossa fé, que vence o mundo (2ª leitura). A vida de Jesus ressuscita em nós. Paulo diz: “Não sou eu quem vivo, mas Cristo que vive em mim”(Gl 2,20). João escreve seu evangelho para que estejamos firmes na fé em Jesus e nessa fé tenhamos a vida. Mas não se trata de uma vida qualquer. Trata-se da vida que Jesus nos mostrou.

Por isso João descreveu os gestos de Jesus, seus sinais que falavam de Deus (Jo 20, 30-31). Seja nossa vida, nossa comunidade, tal sinal: Nisto todos conhecerão que sois discípulos meus: que vos ameis uns aos outros”(Jo 13,35).

Do livro "Liturgia Dominical", de Johan Konings, SJ, Editora Vozes
(fonte: www.franciscanos.org.br)

O tríduo pascal



A palavra tríduo na prática devocional católica sugere a idéia de preparação. Às vezes nos preparamos para a festa de um santo com três dias de oração em sua honra, ou pedimos uma graça especial mediante um tríduo de preces de intercessão.

O tríduo pascal se considerava como três dias de preparação para a festa de Páscoa; compreendia a quinta-feira, a sexta-feira e o sábado da Semana Santa. Era um tríduo da paixão.
No novo calendário e nas normas litúrgicas para a Semana Santa, o enfoque é diferente. O tríduo se apresenta não como um tempo de preparação, mas sim como uma só coisa com a Páscoa. É um tríduo da paixão e ressurreição, que abrange a totalidade do mistério pascal.

Assim se expressa no calendário:
Cristo redimiu ao gênero humano e deu perfeita glória a Deus principalmente através de seu mistério pascal: morrendo destruiu a morte e ressuscitando restaurou a vida. O tríduo pascal da paixão e ressurreição de Cristo é, portanto, a culminação de todo o ano litúrgico.

Logo estabelece a duração exata do tríduo:
O tríduo começa com a missa vespertina da Ceia do Senhor, alcança seu cume na Vigília Pascal e se fecha com as vésperas do Domingo de Páscoa.

Esta unificação da celebração pascal é mais acorde com o espírito do Novo Testamento e com a tradição cristã primitiva. O mesmo Cristo, quando aludia a sua paixão e morte, nunca as dissociava de sua ressurreição. No evangelho da quarta-feira da segunda semana de quaresma (Mt 20,17-28) fala delas em conjunto: "O condenarão à morte e o entregarão aos gentis para que d'Ele façam escarnio, o açoitem e o crucifiquem, e ao terceiro dia ressuscitará".

É significativo que os pais da Igreja, tanto Santo Ambrosio como Santo Agostinho, concebam o tríduo pascal como um todo que inclui o sofrimento do Jesus e também sua glorificação.

O bispo de Milão, em um dos seus escritos, refere-se aos três Santos dias (triduum illud sacrum) como aos três dias nos quais sofreu, esteve no túmulo e ressuscitou, os três dias aos que se referiu quando disse: "Destruam este templo e em três dias o reedificaré". Santo Agostinho, em uma de suas cartas, refere-se a eles como "os três sacratíssimos dias da crucificação, sepultura e ressurreição de Cristo".

Esses três dias, que começam com a missa vespertina da quinta-feira santa e concluem com a oração de vésperas do domingo de páscoa, formam uma unidade, e como tal devem ser considerados.


Por conseguinte, a páscoa cristã consiste essencialmente em uma celebração de três dias, que compreende as partes sombrias e as facetas brilhantes do mistério salvífico de Cristo.

As diferentes fases do mistério pascal se estendem ao longo dos três dias como em um tríptico: cada um dos três quadros ilustra uma parte da cena; juntos formam um tudo. Cada quadro é em si completo, mas deve ser visto em relação com os outros dois.

Interessa saber que tanto na sexta-feira como na sábado santo, oficialmente, não formam parte da quaresma.

Segundo o novo calendário, a quaresma começa na quarta-feira de cinza e conclui na quinta-feira santa, excluindo a missa do jantar do Senhor 1. na sexta-feira e na sábado da semana Santa não são os últimos dois dias de quaresma, mas sim os primeiros dois dias do "sagrado tríduo".

Pensamentos para o tríduo.

A unidade do mistério pascal tem algo importante que nos ensinar. Diz-nos que a dor não somente é seguida pelo gozo, senão que já o contém em si. Jesus expressou isto de diferentes maneiras. Por exemplo, no último jantar disse a seus apóstolos: "Se entristecerão, mas sua tristeza se trocará em alegria" (Jn 16,20). Parece como se a dor fosse um dos ingredientes imprescindíveis para forjar a alegria. A metáfora da mulher com dores de parto o expressa maravilhosamente. Sua dor, efetivamente, engendra alegria, a alegria "de que ao mundo lhe nasceu um homem".

Outras imagens vão à memória. Todo o ciclo da natureza fala de vida que sai da morte: "Se o grão de trigo, que cai na terra, não morre, fica sozinho; mas se morrer, produz muito fruto" (Jn 12,24).


A ressurreição é nossa páscoa; é um passo da morte à vida, da escuridão à luz, do jejum à festa. O Senhor disse: "Você, pelo contrário, quando jejuar, unja-se a cabeça e se lave a cara" (MT 6,17).


O jejum é o começo da festa.

O sofrimento não é bom em si mesmo; portanto, não devemos buscá-lo como tal. A postura cristã referente a ele é positiva e realista. Na vida de Cristo, e sobre tudo na sua cruz, vemos seu valor redentor. O crucifixo não deve reduzir-se a uma dolorosa lembrança do muito que Jesus sofreu por nós. É um objeto no que podemos nos glorificar porque está transfigurado pela glória da ressurreição.

Nossas vidas estão entretecidas de gozo e de dor. Fugir da dor e as penas a toda costa e procurar gozo e prazer por si mesmos são atitudes erradas. O caminho cristão é o caminho iluminado pelos ensinos e exemplos do Jesus. É o caminho da cruz, que é também o da ressurreição; é esquecimento de si, é perder-se por Cristo, é vida que brota da morte. O mistério pascal que celebramos nos dias do sagrado tríduo é a pauta e o programa que devemos seguir em nossas vidas.