Morre um visionário


A Irmã morte visita nosso querido amigo Irmão Nelson

Dia 26 de setembro, às 14h30, entregamos aos braços da irmã Terra o corpo de nosso irmão Nélson Vaz.

Precisamos dizer que nosso mundo fica mais pobre, porque morre um visionário.

Antes que outros conceitos se apresentem em nossa mente, vou dizer o que entendo por visionário:"O visionário é aquele que possuí a rara habilidade de aliar a visão à competência. Ele não enxerga apenas o presente: enxerga também o futuro. É capaz de prever tendências e de antecipar mudanças, em vez de ser simplesmente atropelado por elas".

Esse era o "Seu Nelson" que nós, na época JOVENS DA JUFRA, chamávamos carinhosamente de "Chefe".

De sua vida particular, o pouco que posso falar é que, sempre que mencionava suas paixões citava, em ordem de prioridade: a Família, o Trabalho e a Ordem Franciscana.

Vou me ater ao período em que tive o privilégio de compartilhar de sua presença em nossa Fraternidade: eu como jovem da Juventude Franciscana (Jufra) e ele como ministro da fraternidade.

Graças a ele, uma nova geração de pessoas pôde apreciar a beleza do ideal franciscano secular.

Para quem não o conheceu, basta dizer que foi graças a sua "teimosia" que, hoje, existem várias Fraternidades JUFRA na região Sudeste III da OFS do Brasil. Porque a Jufra Valongo foi a primeira da Região.Encontrou muitas dificuldades para colocar seu ousado projeto de renovação da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, em prática.

Os mais velhos temiam por causa da resistência natural à mudança; os mais jovens queriam que as coisas acontecessem de imediato.

Com sua sabedoria e a de todos os que cerravam fileiras a seu lado (Lourenço, Tereza, Varella, Dulcídio, Silva, Afonso, Ribeiro, Valdir, Zezé, Zizinha, Ozias e tantos outros), conseguiu levar a bom termo o processo e com tal êxito que, desde aqueles idos da década de 70, franciscanos jovens e franciscanos maduros convivem até hoje com respeito e carinho mútuos.

Quando depositamos seu corpo na nossa quadra no Cemitério do Paquetá, entre tantos outros gigantes espirituais que o antecederam na eternidade, tivemos a certeza de que sepultamos o corpo de um homem incomum.

Seu espírito, no entanto, voava livre, rumo à eternidade. E os ideais que o motivaram continuarão a produzir homens e mulheres incomuns.

Em louvor de Cristo. Amém. Paz e Bem. Oswaldo

A novidade do Reino deve ser acolhida com humildade e simplicidade

Prof. Diácono Miguel A. Teodoro




No Evangelho de Marcos encontramos três narrativas com o mesmo tema, nas quais Jesus prenuncia seu sofrimento e morte em Jerusalém. São os três "anúncios da Paixão".





Os outros evangelistas sinóticos, Mateus e Lucas, que escreveram seus Evangelhos cerca de duas décadas após Marcos, possivelmente o tendo como referência, apresentam também estes três anúncios.



O primeiro anúncio é feito quando Jesus está encerrando seu ministério na região de Tiro e Sidônia, ao norte da Galiléia. Daí, ele com seus discípulos seguem o caminho em direção a Jerusalém, onde será celebrada a festa anual da Páscoa.



Na leitura do Evangelho de hoje, temos o segundo anúncio da Paixão, quando Jesus e seus discípulos atravessam a Galiléia. Jesus, não querendo deter-se nessa região, procura evitar que as multidões saibam de sua presença ali.



A repetição do anúncio da Paixão e da ressurreição visa a demover os discípulos das aspirações de messianismo triunfalista.



Jesus insiste em esclarecer os discípulos que não veio para assumir o poder, mas para libertar e promover a vida. Revela que ele é vulnerável à repressão dos poderosos, pressentindo a proximidade da morte.



O livro da Sabedoria descreve o sofrimento de um justo perseguido, o que foi aplicado a Jesus.



Contudo, os discípulos que o acompanham ainda pensam que ele poderia liderar um movimento de tomada do poder. Discutem entre si quem é o maior, isto é, quem ficará com os cargos mais importantes.



São os anseios antagônicos à proposta de Jesus, que provocam conflitos na comunidade.



Já no fim do ministério de Jesus, os discípulos ainda não compreendem plenamente a novidade de seu anúncio.



Tomando a criança como modelo, ele mostra a inversão dos valores do Reino: o que importa é o serviço com amor, e não o poder.



A novidade do Reino deve ser acolhida como fazem as crianças, que, na humildade e simplicidade, com admiração, acolhem os valores da vida.

"Tu és o Cristo, o Messias" - 13/09/2009

Palavra de D. Moacir Silva - Bispo de S. José dos Campos